21 de novembro de 2014
Brigada 31 de Março. Só que não!
Paulo Ricardo da Rocha Paiva*
A 4ª Brigada de Infantaria Leve, conhecida como
BRIGADA 31 de MARÇO, é um dos orgulhos do Exército Brasileiro. Sua sede
localiza-se em Juiz de Fora/MG. Suas unidades, da dita arma base, ostentam
passado de glórias que marcaram a história militar: o 10º Batalhão de Infantaria
Leve-Batalhão Marechal Guilherme Xavier de Souza em Juiz de Fora/MG, o 11º
Batalhão de Infantaria de Montanha-Regimento Tiradentes em São João del Rei-MG e
o 32º Batalhão de Infantaria Leve-Batalhão D. Pedro II em Petrópolis/RJ
(recusou-se a cumprir ordens no sentido de barrar o constituído Destacamento
Tiradentes que se deslocava das “alterosas”) que, no ensejo da Revolução de
1964, juntos desceram as montanhas naquele dia, vindo a constituir atualmente a
já tradicional grande unidade de elite da Força Terrestre, que ostentava até
pouco tempo o nome do movimento redentor que livrou a Pátria da implantação do
regime comunista.
Hoje está denominação está proscrita/proibida
de ser referenciada no Exército, o que constitui afronta sem precedentes aos
brios da Força Terrestre, nos dias de hoje tiranicamente “entregue ao Deus dará”
por um alto comando que, até provas em contrário, está aceitando de tudo até
agora por motivos estranhos e, até mesmo, inexplicáveis, subserviente ao aparato
de um governo “comunopetista”, onde pululam os inimigos, algozes declarados das
Instituições Armadas do País. Nunca, jamais em minha vida de militar de
carreira, cheguei a imaginar que tivesse que conviver com este tipo de
realidade, contra qual não vou me cansar de protestar, proclamando
destemidamente, alto e bom som porque estou cheio de razão, a minha indignação
maior pela cova putrefata onde estão abandonando o Exército do Duque de
Caxias.
Em minhas matérias publicadas, primeiramente me
espantava apenas o Ministério da Defesa e seus titulares, civis absolutamente
despreparados para o exercício da função, em pasta por demais específica para
leigos/amadores no mister, sem nenhuma afinidade com a profissão das armas. Mas,
afinal de contas, como não associar as idiossincrasias destes “ministros”
travestidos em generais da banda, vergonhosamente avessos a qualquer atitude que
pudessem tomar em defesa do brio de nossas FFAA, costumeiramente vilipendiadas,
abandonadas por lamentável e suspeito posicionamento omisso dos integrantes do
seu alto comando?
"Eu convivi com oficiais-generais quenão aceitariam esta provocação descabida.Será que eles ainda existem?Mas, quem viver verá!"
Coronel Rocha Paiva
Hoje a nossa Brigada de Infantaria de Montanha
não pode mais estufar o peito e ostentar sua denominação heroica, “31 de Março”.
Com certeza Pedro Dalari, o verdugo da CN”M”V, deve estar vibrando! E o
desmanche não vai ficar somente por aí! Nossos inimigos vão querer as FFAA, de
joelhos, pedindo desculpas à nação por tê-la salvado! Atenção! Reserva Raivosa
(quanta injustiça!), remadores musculosos/aqueles do “tranco forte”, pastores de
ovelhas/aqueles que acham que o EB nunca esteve tão bem comandado e
administrado, está na hora de se imaginar qual vai ser o oficial-general de
quatro estrelas que vai aceitar/assumir este desígnio de “bastardo inglório”!
Sim porque, do jeito que as coisas vão, vamos acabar tendo que testemunhar este
desastre sem precedentes!
Alerta!
Já em 2012, um oficial-general, comandante
militar de área, declarou o seguinte: -”O profissionalismo e o sentimento
democrático dos oficiais contemporâneos decorrem dessa dupla experiência:
primeiro, do aprofundamento das conquistas democráticas no país (“o Brasil
mudou”, disse o general) e do alinhamento dos novos oficiais a seus deveres
legais e constitucionais. É de se perguntar a este iluminado pelo espectro
estelar: no que o Brasil está transformado agora? Será que ele aceitaria pedir
desculpas ao povo brasileiro pelo que nosso Exército fez em 1964? Enfim, hoje em
dia, nada mais nos deve surpreender.
Segundo Dalari: relatório "impactante"
provocará "uma situação muito constrangedora no País". "A sociedade vai se virar
para as FFAA, para a presidente, para o governo, esperando uma atitude. E o que
é pior, como esses atuais comandantes [das FFAA] vão deixar seus postos, eles
deixarão bomba armada para seus sucessores. ” Eu convivi com oficiais-generais
que não aceitariam esta provocação descabida. Será que eles ainda existem? Mas,
quem viver verá!
* Coronel de Infantaria e Estado-Maior