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domingo, 1 de junho de 2008

As conturbativas baboseiras do beócio são tema para analise.

A notícia:
UOL - Notícias
30/05/2008
da Redação
com Adriana Monteiro
Especial para o UOL
Em Belém
Em discurso durante cerimônia de lançamento de programas na Amazônia Legal nesta sexta-feira, em Belém, Lula declarou: "Tenham certeza do seguinte: eu farei qualquer sacrifício, seja remédio amargo... não foram poucas as vezes que eu tive que abrir a boca do meu filho caçula e meter remédio na boca dele, ele chorando, mas eu dava porque eu sabia que era necessário. Farei qualquer coisa para não permitir que a inflação volte neste país, porque quando ela voltar, vai afetar é o bolso do povo pobre trabalhador. Estejam certos de que nós no governo faremos o sacrifício que tivermos que fazer para manter uma política fiscal responsável."

- A analise de Sônia van Dijck

Pra começo de conversa: a corrupção vai continuar institucionalizada, e os corruptos lépidos, abocanhando o dinheiro público.
Pra seguir a conversa: Lula não conhece a diferença entre o simplismo palanqueiro e a proposição de uma política econômica.
Pra alimentar a conversa: na falta de domínio de uma programa econômico, Lula recorre, como se estivesse na porta da fábrica em assembléia de agitação pra defender a manutenção da greve, a uma situação chã, que, por se originar da banalidade do cotidiano, arranca entusiasmados aplausos da claque, sem exigir reflexão e análise.
Pra entender a conversa: Lula fica no plano das emoções superficiais, levando a claque a acreditar que governar é tão simples como resolver a dor de barriga do filhote.
Pra saber o objetivo da conversa: Lula, o pai de família, se apresenta como o pai da nação; e, do mesmo modo como resolve seus problemas domésticos (levando em conta que Lulinha ficou milionário...), está capacitado pra resolver os complexos problemas da sociedade, impondo-se como salvador da pátria, na medida que manipula (em seu discurso) uma intrincada cadeia de símbolos que habitam o imaginário coletivo, cujas relações, comportamentos e resultados podem ser apreendidos por qualquer Freud de periferia, que constate os aplausos da claque.
Pra ilustrar a conversa: Lula acha que fazer menino tomar remédio contra verme é igual a governar o Brasil.
Pra animar a conversa: é por saber empurrar na goela de menino o remédio amargo, que Lula pretende meter na goela dos brasileiros a CPMF travestida de CSS - e (no limite) o terceiro mandato... ou (na falta de uma emenda constitucional) a brava Dilma, já fantasiada de mãe do PAC, a mulher maravilha para salvar a família brasileira, dando remédios difíceis de engolir... mas, por agora, bem comportada coadjuvante das inaugurações de promessas...
Pra botar um chopinho na conversa: e haja Freud pra dar conta de tanta análise; e haja sede de herói, para adotar Lula como grande pai ou big brother; e haja Electra para querer matar o pai ou para se vingar da submissão da mulher; e haja claque pra cair na armação do PT.
Pra não deixar escapar o oportunismo da conversa: Lula, que já se comparou a grandes figuras, não deixa de lado sua fantasia preferida: a de messias salvífico; Dilma tem desfilado muito bem no figurino de a Compadecida, a mãe do PAC redentor.
Pra encarar os aspectos ideológicos da conversa: Lula, Dilma, PT, PC do B et caterva apelam para um referencial conservador e reacionário e confundem o privado com o público; o individual com o social; o político com a fé na matriz evangélica de anúncio da salvação, e "vendem"/oferecem tudo como apostolado, sem considerar as relações políticas e econômicas contemporâneas.
Pra terminar essa chatice de conversa pra boi dormir: vamos torcer para que Lula não conte como mudou as fraldas do filho caçula... - aí já seria escatologia em dose de elefante estadista... - e ninguém merece merda mole de menino novo jogada do alto do palanque pago pelo contribuinte...
Pra garantir que a gente retoma a conversa: vou dormir; a gente se fala, pois o que não falta no Brasil é Lula, PT, Dilma, Minc, Santa Marina Teresa da Amazônia, maridão esperto, base aliada, desmatamento ilegal, Garotinho, deputado Álvaro Lins, delegados e policiais corruptos, ladrões de galinha e de celulares, seqüestradores, corrupção, violência urbana, dólares em cueca e dinheirama em quarto de hotel de Sampa, dossiê para chantagear oposição, herança maldita para justificar desgoverno, abuso de poder, Ziraldo e Cony e outros mais, dengue, lepra, tuberculose e surto de febre amarela e mais o SUS e o PSF, impunidade, Paulinho da Força, advogados metidos com o crime, marqueteiros, superfaturamento de obras públicas, notas frias, licitações fraudulentas, Delúbio, Palocci e Duda, tráfico de drogas e apoio às FARC, UNASUL natimorta, impostos extorsivos e invasões do MST e mais outras miudezas latinoamericanas, para alimentar o papo da gente. A gente se fala e manda mais grana para os corruptos levarem, enquanto vocês, se concordarem, repassam toda essa conversa catártica para seus amigos.
"Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são." (Macunaíma)
Sônia van Dijck