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sexta-feira, 2 de maio de 2014

Golpismo é tentar aniquilar a CPI

Heloísa Helena: "Golpismo é tentar aniquilar a CPI do Congresso"


 Da Redação
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A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) considerou cínico o argumento de que a CPI dos Correios poderá desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela lembrou que, à época em que atuava no PT, gritava nas manifestações "Fora Collor" e "Fora FHC" e nunca considerou que isso fosse um "ato golpista". Ela sustentou que o governo passado tinha esse mesmo "comportamento cínico e desavergonhado".
- Golpismo é tentar aniquilar a CPI do Congresso para investigar uma denúncia de corrupção. Cínico é tentar passar para a população a ideia de que uma CPI só serve para manipulação política, quando é o instrumento mais importante previsto na Constituição para que as oposições possam investigar denúncias de irregularidades no governo. CPI é uma conquista da sociedade - disse Heloísa Helena.
A senadora entende que dificilmente as oposições conseguem fiscalizar a contento o governo pelas comissões comuns que existem no Congresso, pois o governo sempre tem maioria entre seus integrantes e impede qualquer tentativa mais ousada dos oposicionistas. Ela disse ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) realiza uma fiscalização técnica e, assim, resta ao parlamento a possibilidade da CPI, que tem poderes amplos, inclusive podendo pedir quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos acusados.
 Heloísa considera que o Brasil vive uma situação absurda, pois o Congresso está simplesmente tentando cumprir um ato de investigação previsto na Constituição. Na sua opinião, a investigação  vai colaborar, inclusive, para melhorar a deteriorada imagem dos parlamentares com o povo. "Cumprir a Constituição agora é golpe?" - questionou Heloísa Helena.
A senadora criticou as acusações "tolas e de termos chulos" trocadas nos últimos dias entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a direção nacional do PT. Para ela, a situação "é muito grave, com denúncias sérias publicadas toda semana" e o bate-boca, "no nível em que está, não serve à democracia".
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)