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segunda-feira, 21 de abril de 2014

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01/04/2014 18h50 - Atualizado em 01/04/2014 19h26

Deputada destituída é impedida de entrar no Parlamento da Venezuela

Grupos contra e a favor de Maria Corina Machado fizeram manifestações.
Ato em praça de Caracas foi dispersado pela polícia com gás lacrimogêneo.

Amparada por manifestantes, Maria Corina Machado tenta escapar de bombas de gás lacrimogêneo atiradas pela polícia (Foto: Reuters/Jorge Silva)
Em um desafio ao chavismo, a deputada opositora venezuelana María Corina Machado foi nesta terça-feira (1) à sede do Parlamento emCaracas, mas foi impedida de entrar, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter ratificado sua destituição.
"Não desistimos, nos fizeram mais fortes, nos deram mais razões para lutar!", declarou Machado aos oficiais que impediram seu acesso, constatou um jornalista da AFP.
A deputada, que levava uma bandeira do país no pescoço e uma rosa branca na mão, tentou entrar no Congresso junto com outros 22 colegas opositores. Cerca de vinte chavistas gritaram "traidora da pátria" e "assassina", e jogaram objetos em sua direção.
A destituição "é uma evidência de que na Venezuela existe uma ditadura, é um golpe brutal na Constituição", denunciou Machado, um dos rostos mais conhecidos do setor radical da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que conta com um terço dos 165 deputados.
A engenheira de 46 anos, que recebeu uma das maiores votações nas eleições legislativas de 2010, participou antes de uma concentração com centenas de apoiadores, em uma praça na região leste de Caracas. Os participantes gritavam "valente, valente".
O ato foi dispersado pela polícia, que usou gás lacrimogêneo.
Ao mesmo tempo, simpatizantes do governo se mobilizaram diante do Ministério Público para denunciar Machado "por traição à pátria", e fizeram uma passeata até a Assembleia "em defesa da Constituição".
Na segunda-feira (31), Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional e considerado o número dois do chavismo, tinha afirmado: "Ela não vai entrar. Não é mais deputada".
Machado é acusada de ter atuado como representante alternativa do governo do Panamá em uma reunião da OEA, violando a Constituição.
"Ou os direitos humanos são colocados no topo da agenda política na Venezuela, ou a Venezuela corre o risco de entrar em uma espiral de violência", afirmou Esteban Beltrán, diretor da unidade espanhola da AI.
Se a tendência não for revertida, o país enfrentará um "número maior de abusos e violações dos direitos humanos", como violência policial, perseguição a jornalistas ou detenções arbitrárias, afirma o relatório "Venezuela: os direitos humanos em risco em meio aos protestos".
Machado e o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, preso há mais de um mês em um quartel militar, são os responsáveis pela estratégia "A Saída". O movimento consistia em ocupar as ruas para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro.
Sem sua imunidade parlamentar, Machado também corre o risco de ser detida.
Também foram presos os opositores Enzo Scarano e Daniel Ceballos. Scarano foi deposto do cargo de prefeito de San Diego e condenado a dez meses de prisão, enquanto Ceballos foi tirado do comando da administração da cidade de San Cristóbal e sentenciado a um ano de prisão. Os dois são acusados de não impedir a violência nas manifestações.
Os protestos - iniciados contra a insegurança, a situação econômica e a escassez de produtos - perderam intensidade nas últimas semanas, mas ainda há focos de violência em Caracas e San Cristóbal.
O governo venezuelano aceitou, na semana passada, a designação de um mediador internacional para facilitar um diálogo com a oposição, mas continua considerando as manifestações como uma tentativa de golpe de Estado.
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