11/04/2014
às 14:00 \ Política & CiaANDRÉ VARGAS: Na mira da Polícia Federal renunciou à vice-presidência da Câmara, se licenciou como deputado… Mas continuará coordenando a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná?
Investigações da Polícia Federal na chamada “Operação Lava-Jato” identificaram o deputado André Vargas (PT-PR), então vice-presidente da Câmara, como atuando em sintonia com o doleiro Alberto Youssef na captação de verbas em projeto do Ministério da Saúde. Além disso, o deputado usou em janeiro jatinho fretado pelo doleiro para viajar deférias com a família.
A operação Lava Jato envolve atividade gravíssimas: deflagrada no dia 17 do mês passado, em Curitiba e outras 16 cidades do Paraná, de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal, já levou a duas dezenas de prisões, inclusive à do doleiro.
A Polícia Federal informa estar atrás dos operadores de um mercado clandestino de câmbio no Brasil que envolve 10 bilhões de dólares e é responsável pela movimentação financeira e a lavagem de ativos de pessoas e empresas envolvidas em vários crimes — coisa do porte de tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e ladroagem de dinheiro público.
Apanhado segurando o pincel, o deputado André Vargas primeiro afirmou ser vítima de uma “campanha pela mídia”, de bandalheirao velho recurso petista de negar tudo quando se trata. Em seguida, decidiu tirar licença do mandato para cuidar de “interesses particulares” — a ponto de eu haver perguntado, aqui, se ele já não fazia isso, em seu envolvimento com o doleiro. Mais adiante, renunciou à vice-presidência da Câmara, oficialmente para “preservar a instituição”.
Está submetido a processo de cassação de mandato e a uma investigação interna no PT — esta, com certeza, resultará em nada. No final, acabarão dando uma medalha ao deputado, haja visto a verdadeira celebração que o partido faz com os mensaleiros condenados como criminosos.
De toda forma, um personagem como André Vargas não parece ser a criatura mais indicada para continuar coordenando a campanha da ex-chefe da Casa Civil da presidente Dilma Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, pelo PT.
O homem na mira da Polícia Federal continua ou não com aquela que foi o braço direito da presidente Dilma?
Gleisi é casada com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo que, indagado a respeito, saiu de fininho:
– A Gleisi não tem campanha — alegou Bernardo, contra todas as evidências possíveis e imagináveis. — É só a partir de junho [que a campanha vai começar], portanto, não tem coordenação de campanha — jurou.
O PT promete realizar na semana que vem uma reunião para avaliar a situação de Vargas e seu papel na campanha eleitoral de Gleisi.
“Não sei se vai permanecer ou não na coordenação”, afirmou à Agência Estado o presidente do PT do Paraná, Ênio Verri. “Acredito que neste momento ele deve priorizar a defesa dele, o que acho natural. Consequentemente não terá tempo para ajudar na coordenação, essa é minha opinião” — o que é outra forma de sair de fininho.
Verri continuou: “O cenário muda, lógico, embora a posição do André é de não renunciar e fazer o debate com a sociedade sobre as acusações que está recebendo. Mas é cedo para dizer o que vai acontecer, a expectativa nossa é passar a Semana Santa, sentar e ver para onde nós vamos”.
Quanto a Gleisi, está quietinha.
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Reservativa:
Bebe cagado também fica quietinho.