Anacronismo musical
Seria até cômico se não fosse ridículo e preocupante: coral cantando a Internacional em evento da Comissão da Verdade? Será que esse pessoal sabe a verdade sobre os males causados sob a égide dessa canção? Lembro que esse era o hino soviético até a década de 1940 (os genocídios da Revolução Russa, da Guerra Civil naquele país e do Estalinismo se deram sob a referida melodia)… Em muitos lugares, essa canção inspira dor, sofrimento e opressão. Será que esse coral sabe cantar o hino nacional brasileiro?
O que faz com que a patuscada seja preocupante é que pequenos acontecimentos como esse dão sinal de que ainda há certos grupos radicais, que defendem vias heterodoxas para o Estado e a sociedade e, o pior, que têm apoio do Poder público. Sim, porque a situação ocorreu em um evento patrocinado pelo Governo – com o dinheiro do meu, do seu, do nosso imposto. Se fosse em um evento privado, tudo bem, mas em algo oficial, com participação de autoridades públicas, é aceitável?!?
E o mais ridículo é o grito final de “Pátria Livre! Venceremos!”… Será que o sujeito sabe que está no Brasil e em 2014? Ou ele está se referindo a outro país onde não há liberdade – como Cuba ou Coréia do Norte? “Venceremos” quem?
O caso revela como se orientam as comissões da verdade pelo Brasil… E que há gente que defende idéias há muito superadas – a maior parte nem as conhece… É para isso que serve a tal da Comissão, para apologia ao socialismo, ao comunismo e a toda a violência relacionada a essas idéias?
Tudo bem, há quem goste desses anacronismos…
(Para quem não tiver vergonha da vergonha alheia e quiser ver o ouvir a pachouchada, clique aqui)
Coral canta ‘Internacional Socialista’ em ato da Comissão da Verdade do Rio
Folha de São Paulo – BERNARDO MELLO FRANCO, 11/02/201421h28
Antigo hino das esquerdas, a “Internacional” voltou a ser cantada em ato da Comissão Estadual da Verdade do Rio, nesta terça-feira (11). A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, participava da cerimônia.
A canção é cantada por militantes socialistas e comunistas desde o século 19. Também chegou a ser adotada como hino da extinta União Soviética até 1944.
A música foi entoada por jovens do coro Nheengarecoporanga, de Petrópolis (RJ), que cantaram a parte final com os punhos cerrados. O gesto foi repetido por militantes na plateia. No fim, o maestro Carlos Fecher puxou uma saudação com gritos de “Pátria livre!” e “Venceremos!”.
A Comissão da Verdade do Rio apura atos cometidos por agentes da ditadura militar (1964-1985) contra militantes de esquerda no Estado.
Na semana passada, o órgão divulgou depoimento do coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos, que admitiu ter participado de uma farsa para encobrir o assassinato do ex-deputado Rubens Paiva pela repressão, em 1971.