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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

EMILIO MEYER- TESE IDEOLÓGICA - QUEM ELOGIA A CNV MENTE PARA SI MESMO, E COLHE SUAS BENESES . JN

LEI DA ANISTIA DEVE SER REANALISADA PELO STF, DIZ ESPECIALISTA.
Nacional
29.12.2013 - 13:06:09
O pesquisador Emílio Meyer, da Universidade Federal de Minas Gerais, se debruçou sobre os votos de 2010 do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a Lei da Anistia e achou contradições entre os argumentos usados e as normas do direito internacional.
Sua tese de doutorado sobre o assunto foi premiada pela Capes, fundação que avalia a pós-graduação.
Para Meyer, o STF deveria rever sua posição sobre a Lei da Anistia de 1979, norma que livrou de julgamento os que praticaram crimes políticos no regime militar (1964-1985).
Em 2010, o entendimento da corte foi de que a lei não estava em desacordo com a Constituição, diferentemente do que dizia a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Em novembro daquele ano, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) –instituição judicial autônoma cuja convenção é assinada pelo Brasil– condenou o Estado brasileiro por omissão nos casos de desaparecimentos forçados na Guerrilha do Araguaia (1972-74), quando cerca de 70 militantes foram mortos, e determinou que o país deve penalizar criminalmente as violações ocorridas durante a ditadura.
Folha - O sr. contesta o argumento de ministros do STF de que a Lei da Anistia precisa ser mantida pois se trata de um acordo político que possibilitou a redemocratização. Por que essa tese não serve?
Emílio Meyer - A anistia foi um momento importantíssimo para pavimentar o caminho da democracia. Mas não se pode entender que houve um acordo político. Não tínhamos uma oposição efetiva que se contrapusesse ao regime. Era o que chamamos de oposição consentida – mas que ainda assim se esforçou para que a anistia não fosse também uma auto anistia [para os militares]. Como isso não foi possível, a única saída foi estabelecer uma anistia que pudesse funcionar de forma recíproca. Aquela anistia não resultou, portanto, de um acordo.
Caso a lei seja revista, os militantes de esquerda também poderiam ser punidos?
Entendo que não. Abusos ou crimes praticados durante a ditadura já foram responsabilizados ao Estado. Diversos processos que tramitaram na Justiça Militar levaram a essas responsabilizações.
O Código Penal prevê que a maior parte dos crimes prescreve em até 20 anos.
Há crimes naquele período, como desaparecimento forçado, que são considerados permanentes. Não é um entendimento só da CIDH, mas também do STF [em 2009 e 2011 o STF autorizou a extradição à Argentina de pessoas que promoveram sequestros há mais de 20 anos]. Em relação aos demais crimes, apesar de serem denominados "graves violações aos direitos humanos", é mais adequado dizer que são crimes contra a humanidade: o Estado autoritário brasileiro autorizou a prática dessas violações para um grande número de pessoas de um setor específico da população, por questões políticas. Em função da normativa internacional da qual o Brasil faz parte, é preciso reconhecer que tais crimes são imprescritíveis.
E como tratar da tortura? A prática só foi incluída na legislação após o fim do regime.
De fato, só passou a existir juridicamente a partir de 1995. Mas os atos que foram praticados, que chamaríamos hoje de tortura, eram outros crimes no contexto da ditadura – maus-tratos, estupro, lesão corporal – e, portanto, mereceriam reprimenda institucional. Também seriam passíveis de classificação como crimes contra a humanidade.
O Ministério Público Federal tem ações contra responsáveis por sequestros durante a ditadura nos casos em que a vítima continua desaparecida, sob a alegação de que seriam casos em que o crime continua em curso. Que tal?
Esse caminho é bastante importante. O órgão, logo após a decisão da CIDH, procurou um caminho para cumpri-la. Como ela determinou que haja responsabilização pelos crimes de desaparecimento forçado, diminuiu-se a controvérsia sobre a forma de condenação. Há sete ações penais públicas em curso.
Como a lei da Anistia poderia ser avaliada novamente pelo STF nos dias atuais?
O caminho mais imediato seria pelo julgamento dos embargos de declaração [recurso para esclarecer pontos obscuros da decisão]. Apesar de o recurso ter limitações para rever o julgamento, há situações em que o STF consegue dar uma amplitude maior. Além disso, temos um fato que veio posteriormente, que foi a decisão da CIDH, o que poderia alterar o veredicto. Outro caminho seria os processos em relação a desaparecimentos forçados chegarem ao STF.
A nova composição ajuda?
É possível. Alguns dos atuais ministros não chegaram a externar uma posição clara, com exceção do Joaquim Barbosa, que se manifestou claramente a favor de novo julgamento. Mas eu considero que o perfil dos atuais ministros é mais preocupado com o asseguramento dos direitos humanos. Há um clima mais adequado para nova interpretação.
Como avalia a aplicação da justiça de transição no Brasil?
A justiça de transição tem quatro pilares: direito à verdade, à reparação, a responsabilização e reforma institucional. Sobre o direito à verdade, o mais significativo é a criação da Comissão da Verdade.
O direito à reparação é o pilar com a maior consolidação. Foi regulamentado em 2001 com a Comissão de Anistia. Tem produzido um número grande de julgamentos, com reparações econômicas e também simbólicas -como atos públicos e alteração de nomes de ruas.
Responsabilização abrange, além da questão penal, aspectos administrativos e civis. O Ministério Público tem ajuizado ações contra pessoas que teriam sido responsáveis por violações. Concluiu que, se o Brasil paga indenizações, pode então ir a esses agentes e determinar que devolvam o dinheiro ou percam cargos e direito à aposentadoria.
Quando à questão penal, o mais próximo que temos são ações relacionadas aos desaparecimentos forçados.
E a reforma institucional?
É necessário dar passos mais significativos. O Brasil ainda conta com agentes que supostamente violaram direitos humanos na administração pública. Também na formação das Forças Armadas, não há grande preocupação em dar uma formação em direitos humanos.
Como avalia o trabalho da Comissão Nacional da Verdade?
Extremamente salutar. No início, os membros estavam tateando no escuro. Foi preciso definir alguns pressupostos. Parece que agora há uma organização maior. Posteriormente, novas investigações devem poder fazer parte da reconstrução da narrativa da história brasileira.
Há controvérsia sobre a ideia de que a Constituição deva se submeter a tratados internacionais. Por que a decisão da CIDH deveria prevalecer?
Não vejo contradição. Por termos consentido, a partir de 1988, com a jurisdição da CIDH, temos que fazer cumprir essas decisões.
O STF já admitiu a importância do cumprimento desses tratados. Ele estabeleceu que é impossível a prisão do depositário infiel baseado em um tratado internacional. Além disso, a Constituição pede que se preste atenção às normas internacionais de direitos humanos.
Folha de S. Paulo



Em 30 de dezembro de 2013 15:59, Marco Balbi <mbalbi69@globo.com> escreveu:A entrevista que a Folha publica hoje com o pesquisador Emílio Meyer é muito boa. Permite aos leitores atentos perceber que uma falsa verdade pode servir para arquitetar uma grande falácia. Ao negar o amplo acordo político estabelecido à época entre políticos, OAB, organismos federias, possibilitando inclusive que a anistia concedida fosse muito mais ampla, geral e irrestrita que alguns esquerdistas pretendiam, uma vez que muitos gostariam de manter os adversários políticos fora do país, o Sr Emílio Meyer comprometeu a sua entrevista e a sua tese. Continua falseando a verdade ao afirmar que os militantes de esquerda, termo simpático para descrever assassinos e bandidos que praticaram sequestros, roubos e mataram agentes do Estado e civis inocentes, justiçaram companheiros, foram submetidos aos rigores da lei. Nem todos, Sr Emílio. Rasga a seguir o Código Penal, abraça com vigor a questionável tese da justiça de transição e acata a interferência de organismos internacionais nos assuntos internos do país. E conclui, brilhante, que o STF vai reanalisar no futuro a Lei da Anistia. Bem, o palco está sendo montado para isso, com a certa recomendação da CNV para tal e o anteprojeto de lei da Deputada Erundina, em tramitação no Congresso Nacional, que altera o parágrafo 1 º ao retirar a cobertura proporcionada aos agentes do Estado, permanecendo protegidos os bandidos de então, hoje todos democratas convictos.


--
GD./BYE

domingo, 29 de dezembro de 2013

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MICHAEL SCHUMACHER SOFRE ACIDENTE GRAVE AO ESQUIAR - dom 29

Ainda, a nota confirma que Michael está “lutando pela vida” e “passou por uma cirurgia neurológica imediata”.
O acidente de Schumacher aconteceu ainda nas primeiras horas desta manhã e o piloto foi levado consciente a um hospital em Moûtiers. Pouco depois, Michael foi transferido para o Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, especializado em acidentes de esqui, onde é assistido pelo neurocirurgião Gérard Saillant, um amigo da família.
No momento do acidente, Schumacher esquiava em uma área fora das pistas demarcadas, rodando entre duas das mais difíceis pistas da estação. O ex-piloto, que estava acompanhado do filho de 14 anos, bateu a cabeça em uma pedra e foi removido para um pequeno hospital em Moûtiers, localizado a cerca de 15 km da estação de esqui. Na sequência, Michael foi levado para o Centro Hospitalar Universitário de Grénoble.

Um dos paramédicos que atendeu Schumacher na Méribel disse em entrevista à CNN que apesar de estar usando capacete, o piloto sofreu uma “lesão relativamente grave na cabeça”. As primeiras informações, entretanto, garantiam que a vida do piloto não estava em risco.

FALSÁRIOS E SUAS MUITAS FALSIFICAÇÕES

FALSÁRIOS E SUAS MUITAS FALSIFICAÇÕES
Percival Puggina
A mais grave dimensão da falsidade ocorre quando ela se torna estratégia de ação e estilo de vida. Quando isso acontece - e está acontecendo no Brasil - o caráter desses indivíduos é destruído e a credibilidade das instituições que por desventura comandem se converte em lama.

O artigo 1º da lei que criou a Comissão da Verdade (CV) atribui-lhe a tarefa de "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional". Memória, verdade e reconciliação. Qual a verdade que a CV busca? Ela busca conhecer os autores de crimes e agressões a direitos humanos que vitimaram os guerrilheiros e terroristas camaradas de dona Dilma. Os muitos crimes e violações cometidos por essa mesma turma estariam inteiramente perdoados, esquecidos, cobertos por grossa camada de errorex, e rendem vultosas indenizações aos que os perpetraram. Para os comissários da CV, a anistia valeria para tais crimes, acima de qualquer dúvida. E a reconciliação? Ora, os proponentes e executantes dessa farsa, ungidos de falso espírito pacificador, assumiram uma tarefa em que não creem. E isso é farsa. Eles não acreditam em reconciliação (a menos que renda votos, como num abraço entre Lula e Maluf). Creem, nisto sim, em conflito, em revanche e em vingança. Tudo isso é ou não fraude ao Direito, à memória, à verdade e à História? Mas a falsificação, uma vez iniciada, não pára mais.

Querem outro exemplo? Quem pode considerar legítimos esses índios que vemos em Brasília, mobilizados pela governamental Funai, reivindicando demarcações de territórios para suas "nações"? Índios de caminhonete, calça jeans e que se abastecem em supermercados? Índios exibindo cocares zero quilômetro, com vistosas e irretocáveis penas de pobres aves, sem ninguém por elas? No entanto, os falsários, financiados por interesseiras ONGs internacionais, articulam para que obtenham cada vez maiores extensões de reservas, como se ainda vivessem, todos, da caça e da pesca. Pura manobra diversionista. O verdadeiro botim é a extraordinária biodiversidade e são as riquezas do subsolo.

Não são menos fraudulentos, por sua vez, muitos dos "quilombos" que pipocam em áreas nobres do território e do meio urbano nacional. Os falsários organizam esses grupos de interesse, insuflam ódio racial, excitam a cobiça, prometem vantagens patrimoniais, inventam fábulas sobre inexistentes quilombos e cuidam de ampliar o número de falsos quilombolas.

Uma vez assumida como estratégia de ação e estilo de vida, a falsidade se impõe em tudo. Por isso, os falsos dossiês, encomendados a falsários profissionais. Por isso se falsificam as informações sobre as contas públicas com a tal "contabilidade criativa". Por isso Dilma, ungida candidata à presidência, é apresentada à nação como grande gestora de um governo enrolado e enrolador. Por isso se apressam em fazer o que muito condenaram para não enfrentar o fracasso de soluções que nunca tiveram. Por isso diziam que o PT não era como "os partidos tradicionais" e tinham razão - o PT é um partido que protege bandidos. Por isso o falso apreço a direitos humanos, um apreço que tem cor partidária, que tem afeições e ódios ideológicos. Por isso as falsificações ditadas pelos mandamentos do "politicamente correto", que transformam reivindicações grupais e pautas políticas em pretensos direitos humanos.

A lista seria inesgotável. Os falsários compreendem suas estratégias e métodos como elementos da disputa e da preservação do poder e os aplicam em tudo. O certo, a verdade e o bem integram uma esfera de temas que sequer conhecem, onde não vão e onde não operam. Nos espaços em que atuam habitualmente não incidem exigências de ordem moral que não estejam referidas à manutenção do poder. Para quem ainda não percebeu, é a mesma ética assumida pelos falsos mártires do Mensalão.

_____________
* Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.

ESSE VULCÃO CHAMADO 2013

ESSE VULCÃO CHAMADO 2013
Percival Puggina

De fato, 2013 foi inexcedível na capacidade de nos surpreender. Sua vocação apocalíptica exibiu-se em fenômenos climáticos, imensas tragédias e abruptos falecimentos. Também na política o ano se revelou um vulcão de surpresas que pareciam surgidas do éter. Sem que se soubesse como ou por quê.

Foi assim, por exemplo, que o povo saiu às ruas. Não era carnaval, não havia trio elétrico, a seleção não estava em campo. Justin Bieber e Beyoncé andavam longe daqui. No entanto, multidões de jovens, junto com cidadãos de todas as idades, tiraram os fones do ouvido, saíram do Face, meteram pé no asfalto e soltaram a voz ao vento. Tivemos, pela primeira vez em muitas décadas mobilização popular espontânea. Não era "massa" e muito menos "de manobra". Nada semelhante, tão autônomo, tão sem patrocínio, ocorrera antes por aqui. Brasileiros saíram às ruas esticando o cordel de insatisfações até então silenciosas. E elas cobriam todo o vocabulário das mazelas políticas, institucionais e morais do país. Desabituadas ao alvoroço popular, as instituições titubearam, gaguejaram. Transpiraram frio nos decotes e nos brancos colarinhos.

Enquanto isso acontecia, o vulcão chamado 2013 rugiu outra vez. Quatro grupos proporcionaram inédito vandalismo de rua, enfurecido e torrentoso. O primeiro grupo, dos falantes, era composto pela parcela irresponsável ou demente do mundo intelectual e acadêmico. "Pois que venha a violência!", rosnava, exibindo os dentes. O segundo, o grupo dos paus mandados do poder, cumpria a ordem de espantar da rua as incômodas demandas que o confrontavam. O terceiro, dos saqueadores, bandidos de profissão, aproveitava o caos que se estabelecia. O quarto, da mídia "politicamente correta", reagiu com a hostilidade de sempre à ação das instituições policiais. E jamais denunciou o caráter fascista, escancaradamente fascista da violência que os vândalos desencadearam para afugentar das ruas a correta manifestação dos cidadãos.

Em julho, a mesma erupção derramou-se sobre a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que aceitou, no chão, de cócoras, o maior achincalhe de que se tem registro na história dos legislativos brasileiros. Militantes da violência invadiram o parlamento e ali permaneceram enquanto quiseram. Impuseram condições para sair. Comportaram-se, todo tempo, com ódio e insolência cultivados nos aparelhos comunistas, escolares e acadêmicos, onde lhes é servido o necessário à sua deformação cívica e moral: desleixo, drogas, nudismo, sexo grupal. E uma juíza, chamada aos fatos, presidiu a "negociação" com os fascistas de julho!

Em novembro, abriram-se as portas da Papuda para os primeiros réus do Mensalão. Neste Brasil de 2013, algo que seria natural, uma vez transitadas em julgado várias sentenças, acabou enriquecendo a lista dos feitos extraordinários. Alvoroçou-se o partido do governo, desencadeando uma campanha para transformar os réus em mártires e o juízo do STF em linchamento! A história dos fatos vem sendo repaginada, como se Genoíno não tivesse renunciado à presidência do PT por causa do Mensalão. Como se Dirceu não tivesse saído da Casa Civil por causa do Mensalão. Como se seu mandato não tivesse sido cassado pela Câmara dos Deputados (em votação secreta!) por causa do Mensalão. Como se Lula, em rede nacional, não tivesse pedido perdão ao país pelo mesmo motivo. Não, senhores! As primeiras sanções aos réus ocorreram dentro do vosso próprio governo, dentro do PT e dentro do Congresso Nacional, ainda em 2005. Mas o vulcão de 2013 quer regurgitar outra história. De novo? Que 2014 nos venha com melhores ares.

ZERO HORA, 29 de dezembro de 2013 

Peritos ideológico, assalariados, vão acabar provando que a Princesa Izabel foi torturada para assinar a Lei Áurea. jn

29/12/13 - Quem era Arnaldo Cardoso Rocha

"TERROR PERDE TRÊS EM TIROTEIO - Aparecida Guarnieri Rodrigues e um agente foram feridos "- O Estado de São Paulo a 16 de março de 1973
Continuando em resposta à matéria publicada no Correio Braziliese de 28/12/2013 - da autoria de Bertha Maakaroun - intitulada "MP quer identificar carrascos"
Pela editoria do site    www.averdadesufocada.com - hoje com 16 milhões,122 mil e 95 acessos desde a sua inauguração.
O Estado de São Paulo a 16 de março de 1973 noticiou:
 "TERROR PERDE TRÊS EM TIROTEIO" 
Três terroristas que lideraram a ação que provocou a morte do português proprietário do restaurante Varela, na Mooca, foram mortos na tarde de ontem durante tiroteio com agentes dos órgãos de segurança, na rua Caquito, no bairro da Penha, (...) Morreram no local os terroristas Arnaldo Cardoso Rocha , representante do comando Nacional da ALN, em São Paulo; Francisco Emanoel Penteado , encarregado da subdivisão estudantil; e Francisco Seiko OKama, do grupo tático armado terrorista. (...)Aparecida Guarnieri Rodrigues e um agente foram feridos(...) 
Notícia Transcrita do Livro Mulheres que foram à Luta Armada - entrevista com Iara Xavier Pereira 
Depois da morte de Joaquim Câmara Ferreira , "Toledo", que assumiu no lugar de Marighella, a ALN  reorganizou-se  formando uma Coordenação Nacional Provisória, reunindo alguns coordenadores regionais de maior destaque em ações de violência.
O novo CNP foi composto por:
São Paulo:-Yuri Xavier Pereira  ( irmão de Iara Xavier Pereira e Alex Xavier Pereira, também militantes da luta armada, todos com curso em Cuba  ) ;
- Márcio Leite Toledo ( Vicente), recém chegado de Cuba e ue querendo sair da Organização acabou sendo justiçado ; 
- Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz  (Clemente, assassino confesso de no mínimo 10 pessoas) ;
Por Minas Gerais: - Arnaldo Cardoso Rocha ( Jibóia), companheiro de Iara Xavier Pereira. Foi soldado do Exército e filiou-se ao PCB. Após a Contrarrevolução entrou para a Corrente /Minas Geraise em seguida para a ALN. Era um "quadro" dos melhores da organização. Agia no Brasil e no exterior. 
 
Pela Guanabara :- Hélcio Pereira Fortes ( Nelson).
 
Todos os membros atuando principalmente em São Paulo, mas com ramificações ou apoio, pelo resto do país, pois era o Comando Nacional.

Depois da prisão dos assassinos do comerciante José Armando Rodrigues, em São Benedito, no Ceará, os principais quadros dessa região deslocaram-se para outros estados fugindo dos agentes do Estado e as atividades terroristas nesta região, mantiveram-se em baixa até que a coordenação da ALN resolveu designar  Arnaldo Cardoso Rocha para coordenar o trabalho rural no Nordeste (FLNN- Frente Libertação Nacional Nordeste) e as ações, ainda em pequeno número voltaram a ser realizadas . Para incrementar mais as ações, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, foi deslocado para a mesma área, passando a atuar junto a Arnaldo Cardoso Rocha, onde participaram de alguns assaltos.

Depois de reorganizarem as atuações no Nordeste, voltaram para São Paulo para expor a situação, a Yuri Xavier Pereira e Luis José da Cunha  (Crioulo) que designam Arnaldo para a Bahia a fim de dar prosseguimento á guerrilha  e incrementar as ações criminosas na região.

A morte de Yuri, mitificado como um dos grandes nomes do Comando Nacional da ALN, no confronto com agentes do Estado no restaurante Varela, foi o início da decadência da ALN  e  precipitou a volta de Carlos Eugênio Coelho da Paz (Clemente),  e de Arnaldo Cardoso Rocha ( Jibóia ) a São Paulo. A dupla Clemente e Jibóia , se separaria, com a fuga de Clemente para o exterior.

Arnaldo continuaria sua vida de crimes , como sempre com outros companheiros tão violentos como ele, até o dia 15 de março de 1973, quando  reagiram a voz de prisão. No confronto com os agentes, três terroristas, entre eles Arnaldo Cardoso Rocha, estavam mortos.
 
Fontes: 
ORVIL - Tentativas de Tomada do Poder - Lício Maciel e José Conegundes do Nascimento
Mulheres que foram à Luta  - Luiz Maklouf Carvalho

As histórias cabeludas do renan, (jn)

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç


Na sua edição de fevereiro de 2013, a revista britânica The Economist assinalou que os políticos brasileiros bem poderiam ser considerados zumbis, designação atribuída a criaturas mortas, e que, reanimadas, vivem a perambular, agindo de forma estranha e instintiva, apavorando e iludindo os seres normais. 

O exemplo então citado pelo periódico inglês para justificar o rótulo, foi o presidente do Senado, Renan Calheiros, símbolo emblemático de homem público que, engalfinhado com casos de corrupção, detém e exerce enorme parcela de poder. Ou seja; uma criatura que, durante algum tempo, espertamente embalsamada para se livrar da maldição temporária dos vivos, ressuscitou e reapareceu, ágil e atento, perturbando uma sociedade impotente para mudar o panorama vigente, por possuir como única arma um viciado sistema eleitoral, arquitetado por  notáveis zumbis, ao longo de décadas de atuação. 

Apesar de didaticamente exemplar a atuação do nosso Senador para configurar a existência entre nós dessas apavorantes criaturas, é sabido que a nossa classe política está cheia deles, prontos, por exemplo, a requisitar e utilizar jatinhos oficiais de forma irregular e, após flagrados, virem a público, com expressão angelical (os zumbis se transfiguram!), declarando-se dispostos a consultar a FAB para saber se erraram, prontificando-se a ressarci-la, como se fosse companhia aérea. E se não fossem flagrados?  

Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
Creditos
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

"Justiçamento" Um Tribunal de três membros, comunistas, é claro. (jn)

28/12/13 - Justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira
Justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira 
Por Carlos Alberto Brilhante ustra - Cel Ref EBMatéria publicada no livro "A Verde Sufocada"  9ª edição, de minha autoria
Caros amigos
Esta é a continuação da resposta à matéria publicada, hoje, 28/12/13, no Correio Braziliense, de autoria de Bertha Maakaroun, intitulada ” MP quer identificação dos carrascos”
Continuo solicitando, se julgarem procedente, que a divulguem.
Oito meses após, em 21/02/73, às 7h30, um comando terrorista da ALN, formado por Francisco Seiko Okama (Baiano), Arnaldo Cardoso Rocha (Jibóia), Francisco Emanuel Penteado (Júlio), Antônio Carlos Bicalho Lana (Bruno) e Ronaldo Mouth Queiroz (Papa), assassinaram a tiros o comerciante Manoel Henrique de Oliveira, dono do Bar e Churrascaria Varela, na esquina da Rua da Mooca com a Rua Antunes Maciel, próximo ao estabelecimento comercial de sua propriedade. Sobre o corpo de Manoel Henrique deixaram panfletos, acusando-o de ter delatado à polícia os seus comparsas, quando estes almoçavam no restaurante.
Manoel Henrique nasceu em 09/05/1934, em Portugal. Era casado com dona Margarida Tavares. O casal tinha dois filhos, Alberto Manoel, de quinze anos, e Maria do Carmo, de dois anos. Estavam no Brasil há um ano. Eram muito estimados pelos sócios, fregueses e vizinhos e viviam um período de extrema felicidade.
A ALN e a esquerda jamais admitiram que três de seus Comandos Nacionais “caíram” após um intenso e minucioso trabalho de investigação, que durou meses e que começou quando infiltramos um de seus próprios membros na ALN. Preferiu, por vaidade, mentir ao público que a queda de seus dirigentes ocorreu por denúncia de um proprietário de restaurante. Para corroborar a sua tese, não teve dúvidas em assassinar um chefe de família que eles sabiam ser inocente.
A respeito, é conveniente transcrever o depoimento de dona Margarida Tavares, prestado ao Jornal do Brasil em 26 de novembro de 1978:
 “Segundo dona Margarida, no dia 21 de fevereiro de 1973, ele foi como todos os dias, à Churrascaria Varela, na qual tinha uma sociedade. Nem chegou a sair do carro, pois foi logo metralhado. Pelos panfletos que os terroristas deixaram no local, sob as razões da vingança, Manoel teria denunciado quatro terroristas oito meses antes. Mas dona Margarida nega. Ele não fez nada disso. Eles foram almoçar na churrascaria, pediram para usar o telefone. Logo depois houve o tiroteio com a polícia e três deles morreram. Foi só isso.”  (Jornal do Brasil, 26/11/78). 
Três integrantes do mesmo comando terrorista, que matou o senhor Manoel Henrique de Oliveira, tiveram um combate com agentes do DOI no dia 15 de março de 1973, na Rua Caquito, na Penha, onde morreram Arnaldo Cardoso Rocha (Jibóia), Francisco Seiko Okama (Baiano) e Francisco Emanoel Penteado (Júlio). Os outros dois membros desse comando, Ronaldo Mouth Queiroz (Papa) morreu em 06/04/73 e Antônio Carlos Bicalho Lana (Bruno) em 30/11/73, em confronto, também com agentes do DOI.
Meu comentário: Este combate realmente aconteceu, testemunhas foram ouvidas, o Inquérrito Policial foi instaurado, as autópsias foram feirtas, mas hoje nada disso vale, o que passa a ser verdade é a palavra deles e as perícias por eles encomendadas.
Jacob Gorender, que militou no PCBR, em seu livro Combate nas Trevas, assim se refere ao episódio do “justiçamento” de Manoel Henrique de Oliveira: 
No dia 21 de fevereiro de 1973, um comando da ALN fuzilou o português Manoel Henrique de Oliveira, proprietário do restaurante Varela, na Mooca, a cuja saída quatro guerrilheiros foram metralhados em junho do ano anterior. A ALN concluiu que Manoel Henrique telefonou ao DOI/CODI por ter reconhecido Ana Maria Nacimovic, cujo retrato figurava nos cartazes de “Terroristas Procurados”, colados aos milhares por toda a parte. Em livro de 1987, o coronel Brilhante Ustra apresentou a versão segundo a qual o cerco aos guerrilheiros resultou de uma operação policial de infiltração e acompanhamento. Manoel Henrique teria sido justiçado sem culpa. Supondo que a versão do coronel seja verdadeira, não havia como a ALN ter conhecimento dela em 1972. Por enquanto, trata-se de versão baseada unicamente no depoimento do coronel, suspeito pela negação afrontosa da montanha de evidências sobre sua responsabilidade nas torturas de prisioneiros no DOI/CODI de São Paulo.” 
Gorender justifica ainda os assassinatos do Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior, do capitão americano Charles Chandler, do tenente Alberto Mendes Júnior, afirmando que se fez a justiça revolucionária. Explica o assassinato do marinheiro inglês David Cuthberg, um jovem que morreu sem saber por que fora condenado à morte, como sendo um ato de desatino dos “jovens estudantes”. Da mesma maneira, tenta justificar o assassinato de Manoel Henrique de Oliveira, um inocente que não teve participação alguma nos fatos ocorridos.
A alegação de que o dono do restaurante ligou para o DOI, avisando que os terroristas lá estavam almoçando e que havia reconhecido Ana Maria Nacinovic Correa, das fotos dos cartazes de terroristas procurados, é inviável. Com absoluta certeza, no restaurante não havia, fixado em nenhum local, qualquer cartaz de terroristas procurados. Os proprietários de lojas, restaurantes, supermercados, não os fixavam, nem nós pedíamos para que o fizessem, pois os terroristas metralhavam os locais onde existiam esses cartazes. Eles só eram colocados em órgãos públicos como rodoviárias, aeroportos, delegacias de polícia.
O DOI jamais forneceu seus telefones nem os distribuiu por restaurantes e outros locais públicos. Seria praticamente impossível que o DOI tivesse distribuído para o Restaurante Varela e que esse mesmo restaurante viesse, por acaso, a ser escolhido pelos terroristas para almoçar. Além disso, as mulheres terroristas mudavam continuamente a sua aparência, tingindo os cabelos, usando perucas de várias cores, tamanhos e cortes diferentes.
No dia de sua morte, a fisionomia de Ana Maria era completamente diferente da que aparecia nos cartazes. Por tudo isso, o senhor Manoel Henrique não teria condições de reconhecer Ana Maria. Além do mais, preocupadíssimos com segurança e preparados para todo tipo de eventualidade, mesmo que estivessem disfarçados, nunca ficariam por muito tempo em um local onde um desses cartazes estivesse em exposição.
A minha versão, embora o senhor Jacob Gorender considere suspeita, é verdadeira e irrefutável.
Por que somente as versões de assassinos, terroristas, assaltantes, seqüestradores, subversivos, simpatizantes e historiadores de esquerda são verdadeiras? Porque um sempre confirma ou justifica a versão do outro, independente de ter presenciado o fato. Interessa ideologicamente que existam cada vez mais “vítimas inocentes” de uma “ditadura implacável”. É preciso que os jovens sejam novamente enganados para, se necessário, serem usados e sacrificados “em nome da luta pela democracia”.
Se os seus doutrinadores vencerem, ao invés da democracia pela qual pensam estar lutando, terão um regime totalitário, no qual seus direitos não serão respeitados, sem liberdade de imprensa ou, mesmo, de opinião. O exemplo de Cuba está aí, há mais de 45 anos. 
Todas as famílias dos membros do comando da ALN, que executou a sentença de morte do implacável “Tribunal Vermelho”, tiveram seus pedidos de indenização aprovados pela Comissão Especial, criada para a aplicação da Lei 9.140/95.
E a senhora Margarida, viúva de Manoel Henrique de Oliveira, como terá criado seus filhos menores? 
Será que a Comissão de Direitos Humanos se preocupou com eles? A sra Maria do Rosário não vai pedir desculpas à D. Margarida, esposa do sr Manoell Henrique de Oliveira? 

sábado, 28 de dezembro de 2013

"Carrasco" é coisa de justiçamento. Interroguem a Dilma ela sabe quem executava os justiçamentos. (jn)_

28/12/13 - Mais um combate na rua
Mais um combate na rua
14/06/1972
Por Carlos Alberto Brilhante Ustra - Cel Ref EB
Matéria publicada no livro "A Verdade Sufocada"  9ª edição, de minha autoria
Caros amigos
Esta é a primeira parte da resposta à matéria publicada, hoje, 28/12/13, no Correio Braziliense, de autoria de Bertha Maakaroun, intitulada ” MP quer identificação dos carrascos”
Solicito, se julgarem procedente, que a divulguem, pois a internet é o único recurso de que dispomos para contestar matérias como a publicada hoje na imprensa e dar a nossa verdadeira versão.
 
Como resultado de um trabalho específico da Seção de Investigações, a partir de um infiltrado, chegamos à cúpula da Ação Libertadora Nacional (ALN).
Localizamos o “aparelho” de Antônio Carlos Bicalho Lana (Bruno). Imediatamente, alugamos um apartamento de onde podíamos vigiar todas as suas saídas e entradas. Às 6h30, quatro carros da Seção de Investigações, trocados diariamente, dispondo de todos os recursos, ocupavam pontos estratégicos, aguardando a saída de Antônio Carlos do seu “aparelho”, o que nunca ocorria antes das 7 horas. 
Os terroristas evitavam andar na rua pela madrugada, para não provocar suspeita. O trânsito era a sua maior segurança. Quando “Bruno” saía de casa, os agentes que “moravam” no apartamento avisavam pelo rádio e as nossas viaturas iniciavam a “paquera” sobre ele. Tudo era feito com a máxima discrição: os carros sempre se revezando; os agentes trocando de roupa e colocando barbas ou bigodes postiços; as placas dos carros continuamente trocadas; as agentes da Polícia Militar ou da Polícia Civil disfarçadas. Elas, se fosse preciso, saberiam como usar suas armas. Eram exímias fotógrafas e, normalmente, operavam o rádio do carro.
O trabalho não poderia ser “queimado”, isto é, o elemento seguido não deveria perceber a nossa presença. Se isso ocorresse, ele, através de manobras rápidas com o seu carro (chequeio e contra chequeio), tentaria certificar-se de que o estávamos seguindo. Se pressentíssemos que isso estava acontecendo, a ordem era deixá-lo ir e abandoná-lo temporariamente, até que ele “desgrilasse” (não desconfiasse mais).

Depois de seguir Antônio Carlos por mais de 12 dias, fotografamos um “ponto” entre ele e Yuri Xavier Pereira (Big), outro líder do Comando Nacional da ALN. Nesse dia, abandonamos Antônio Carlos e nos concentramos em Yuri. Acabamos perdendo o seu rastro. Tivemos de recomeçar partindo do “aparelho” de Antônio Carlos. Mais três dias de “paquera” sobre ele e, afinal, assistimos a outro encontro com Yuri. Todo esforço, agora com maior cuidado, foi feito sobre Yuri. No fim da tarde, chegamos ao seu “aparelho”, num outro bairro distante do local onde residia Antônio Carlos. Convém explicar que, por medida de segurança, nenhum dos dois terroristas sabia onde o outro residia. Mas nós sabíamos onde ficava o “aparelho” de cada um.

Imediatamente, saímos à procura de um apartamento para alugar, próximo ao “aparelho” de Yuri. Encontramos um e seguimos as técnicas dos terroristas. “Um casal” foi designado para alugá-lo. O pessoal da Seção de Investigações foi dividido. Seis carros na “paquera” de Yuri e seis na “paquera” de Antônio Carlos. Das outras oito turmas, quatro vigiavam uma “ponta” do Movimento de Libertação Popular (Molipo) e quatro ficavam na reserva.

A Seção de Investigações operava num canal de rádio próprio, diferente do outro canal usado pelo restante do DOI. Os membros dessa seção, como era praxe, não podiam comentar com os outros integrantes do DOI o que estava ocorrendo. Só eles, o comandante e o subcomandante do DOI tinham conhecimento da operação. A compartimentação e o sigilo da operação eram imprescindíveis para o nosso êxito.

No dia 14 de junho de 1972, Antônio Carlos saiu do seu “aparelho” às 7h15 e, como sempre, foi seguido por nós. Andou pela cidade e às 9 horas “cobriu um ponto”, no bairro Ipiranga, São Paulo, com Marcos Nonato da Fonseca (WW). Conversaram durante 15 minutos. Marcos entrou no carro de Antônio Carlos e partiram para o bairro da Lapa, onde se encontraram com outro militante, num ponto, exatamente às 10h30. Conversaram os três durante meia hora. Antônio Carlos e Marcos se despediram do camarada militante, embarcaram juntos no mesmo Volks e dirigiram-se para o bairro da Mooca. 

Yuri saiu do seu “aparelho” depois das 9 horas. Às 10 horas, “cobriu um ponto” com Ana Maria Nacinovic Correa (Bete). Às 10h45, os dois, no carro de Yuri, partiram em direção ao bairro da Mooca, por onde rodaram bastante. Às 12h15, Yuri e Ana Maria entraram no Bar e Churrascaria Varela, na Rua da Mooca, 3238. As Turmas da Seção de Investigações informaram o comando do DOI sobre o que ocorria e montaram um dispositivo de expectativa, quando aproveitaram para descansar e fazer um lanche. Uma sargento da Polícia Militar, acompanhada de outro agente, “seu namorado”, também entrou no restaurante para almoçar.

Antônio Carlos e Marcos continuaram sendo seguidos por nós. Eles estacionaram o carro e, para surpresa nossa, entraram também no Bar e Churrascaria Varela, indo sentar-se na mesma mesa com Yuri e Ana Maria. As Turmas de Investigação que seguiam Antônio Carlos e Marcos também montaram um dispositivo de expectativa.

O nosso “casal” que almoçava apressou-se, pagou a conta e saiu do restaurante. Informou ao capitão que comandava a operação todos os detalhes a respeito dos quatro terroristas: onde eles estavam sentados, a posição das mesas, a situação das armas.

Este era o momento adequado para a “derrubada”. Afinal, tínhamos ali juntos, almoçando, quatro Comandos Nacionais da ALN. Lá fora, restavam seis Turmas da Seção de Investigações, cada uma com dois membros. As outras seis já haviam sido recolhidas ao Destacamento.

O capitão resolveu prendê-los na saída do restaurante, pois esse estava cheio. Os quatro, certamente, não se entregariam sem reagir e, caso ocorresse um tiroteio no interior do restaurante, muitos inocentes poderiam ser atingidos.

Foram montados dois dispositivos para a prisão. Um em torno de cada carro, pois estes estavam estacionados em ruas distintas e um pouco distantes do restaurante. Para cada dispositivo foram designadas três turmas, isto é, seis elementos. 
A ordem era prendê-los quando estivessem entrando nos seus carros.

Quando os quatros saíram do restaurante, não procederam como imaginávamos. Todos se dirigiram para o carro de Yuri, estacionado na Rua Antunes Maciel. Nesse momento, o capitão decidiu prendê-los. Chamou Yuri pelo nome e determinou que se rendessem, pois estavam cercados. Ao receberem voz de prisão, reagiram prontamente à bala, ferindo dois de nossos agentes, bem como a menina Irene Dias, de dois anos de idade, residente na Rua Cuiabá, 172, e Rodolfo Aschrman, residente na Rua Paes e Barros, 2520.

O capitão tentou usar a sua metralhadora Beretta, que não funcionou. No auge da ansiedade, e para não demonstrar que portava uma metralhadora, ele havia retirado o carregador e o entregara a uma agente, tenente da Polícia Militar. O tiroteio foi feroz. A nossa tenente, debaixo de bala, rastejou pela rua e entregou ao capitão o tão esperado carregador que, afinal, foi colocado na metralhadora que começou a funcionar. Antônio Carlos saiu correndo entre os carros, sempre atirando com a sua metralhadora. Seqüestrou um automóvel que passava, jogando o seu motorista no chão, assumiu o volante e partiu em disparada. O tiroteio continuou por mais alguns minutos. Ao final, estavam mortos:

Yuri Xavier Pereira (Big), que usava identidades falsas com os nomes de Luiz E. Ferraco e Sérgio Amauri Ferreira; Ana Maria Nacinovic Correa (Bete), que usava identidades falsas com os nomes de Josefina Damas Mendonça, Maria das Graças Souza Rago e Sônia Maria Sampaio Além; e Marco Antônio Nonato da Fonseca, que usava a identidade falsa com o nome de Romildo Ivo da Silva.
Perdemos a pista de Antônio Carlos que, desconfiado, abandonou seu “aparelho”.


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

TENTATIVAS DE TOMADA DO PODER

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Do Editor reservativa.


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Meus cumprimentos neste Natal ao autor e ao site pela excelente seleção de Lideres.
JCN


terça-feira, 24 de dezembro de 2013


A Falta que fazem estes homens na Política

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marco Antonio Felício da Silva, Luiz Eduardo Rocha Paiva, quem são estes militares? Não existe no Brasil atualmente quem não saiba o nome destes oficiais-generais, guindados ao conhecimento público pelas atitudes manifestas, corajosas e transbordantes de caráter, máxime se a lealdade à Pátria falar mais alto do que a disciplina.

O primeiro, quando disse, alto e bom som, que a política indigenista de lula era catastrófica; o segundo, que encabeçou o indignado manifesto dos militares em março de 2012, e o terceiro, que continua desmistificando a CNV em todos os debates na TV. Esses homens, quer queiram quer não queiram, estão a viver hoje drama pessoal sem precedentes, pois sabem que são olhados como líderes incontestes de reações que empolgaram a imensa maioria de população, que não aceita mais o estado de decomposição vivenciado pela nação. Mas que drama pessoal seria este, comum a estes "filhos de Esparta", que tanto os atormenta? 

Sabe-se da "fé de ofício" que ornamenta a folha de serviço destes profissionais das armas, todos com mais de 40 (quarenta) anos de serviço prestados ao Exército e ao País: que cumpriram missões no exterior com exação sem par, que foram comandantes de escol e líderes incontestes de tropa, que respeitaram a Instituição em todos os seus atos de serviço, que sempre colocaram a admiração de seus subordinados acima de qualquer expectativa de cargos ou funções. Assim, por que estariam tão arredios estes soldados, tão ou mais realizados profissionalmente, neste tempo de incertezas que estamos todos a atravessar?

Em verdade, nenhum deles ainda foi capaz de aquilatar a repercussão de suas atitudes, altamente contestatórias da catastrófica realidade brasileira. É como se a ideia até então arraigada de forma errônea, de que militar não se mete em política, ainda os retivesse, na medida em que na "terra brasilis" se estabilizou a "politicalha" ao invés da alta política.  

Acontece que a expectativa gerada, no momento em que reagiram, os apontou como líderes incontestes de oposição, mas também do “antientreguismo”, enfim de um movimento para recuperação de autoestima que começa a ganhar corpo, mas que só pode decolar com o engajamento deles, que se diga, de quem passou para a opinião pública uma imagem de absoluto não comprometimento com o viés político atual.

A ânsia da nação pela entrada na cena política de cidadãos que não sejam identificados como potenciais "anões do orçamento, pizzaiolos, mensageiros ou distribuidores de panetone", não é mais novidade. Quem vota sabe, não tem dúvida que soldados pelo menos são forjados na probidade castrense sem mácula, imune a qualquer investigação, sendo capazes, sim, de fazer reverter o processo de desintegração territorial, étnico/social e moral da Pátria Brasileira.

O eleitor quer renovar o legislativo, devendo fazê-lo no ano que vem. Todavia, ainda não se flagrou: depende somente dele testar uma novel safra de parlamentares, de molde a inaugurar era de credibilidade no Congresso. Uma inserção de sangue novo nos quadros dos partidos, com certeza, só será de grande valia para o eleitorado. Pelo menos a problemática da defesa, com uma bancada marcial atuante, seria levada a sério.

As amazônias verde e azul seriam aquinhoadas de meios dissuasórios para sua defesa. Os soldados, filhos e netos de todos nós, não iriam simplesmente mais ser peitados pelos "senhores da guerra", porque seriam dotados, em tempo útil, de armamento/equipamento compatível, capaz de fazer o inimigo desistir da luta. Os descomunais "Kozovos indígenas", já em franco processo separatista, seriam contidos na justa medida.

Uma vigilância mais efetiva dos gastos com dinheiro público ganharia corpo com a probidade de cidadãos que nunca se locupletaram em cargos ou funções
Aliás, Barak Obama, presidente da maior democracia do mundo, não teria se referido assim por mero diletantismo:-”É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar”. 

Cidadão civil, trabalhador anônimo e diuturno desta Pátria, não é por nada que tuas Forças Armadas estão sempre liderando nas pesquisas quanto à confiabilidade das nossas instituições. Atenção, depurar o parlamento com militares em 2014 é vital para o futuro do País.                                                           


Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado-Maior, na reserva. 

Ciscando o passado na internet jn

Apresentação do Panfleto: "A Moral Deles e a Nossa"

Victor Serge(1)

Setembro de 1938 

Transcrição autorizada
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Fonte: A Moral Deles e a Nossa, Título original: Leur Morale et la Notre, Leon Trotsky. Tradução: M. Resende. Edições Antídoto, 1979.
Transcrição: Ariana Meireles Souza 
HTML:  Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: © Edições Antídoto. Gentilmente cedidos pela Associação Política Socialista Revolucionária.

Trata-se de um livro escrito muito recentemente. Para Trotsky não há moral em si, não há moral ideal ou moral eterna. A moral é relativa a cada sociedade, a cada época, relativa sobretudo aos interesses das classes sociais.
No momento actual, a maior parte dos países vivem sujeitos a uma moral burguesa. Nos países de democracia liberal, os interesses da burguesia encontram-se mascarados sob uma moral ideal, conforme aos interesses bem compreendidos da burguesia.
A verdadeira moral deve defender os interesses da própria humanidade, representada pelo proletariado. Trotsky pensa que o seu partido, que já esteve no poder e que hoje se encontra na oposição, representou sempre o verdadeiro proletariado e que ele próprio representou a verdadeira moral.
Conclui daqui, por exemplo, o seguinte: fuzilar reféns é acto que assume significados completamente diferentes, consoante a ordem for dada por Estaline, ou por Trotsky, ou pela burguesia. Essa ordem é moralmente válida se tiver por objectivo e por efeito táctico a vitória revolucionária da classe proletária. Assim, Trotsky defende o decreto que promulgou em 1919 e que autorizava o sistema dos reféns (mulheres e filhos dos adversários...) mas julga abominável este sistema quando aplicado por Estaline (que, por exemplo, para obrigar um diplomata a regressar à Rússia, ameaça a sua família), porque Estaline age assim para defender a burocracia contra o proletariado.
Apoiando-se em LenineTrotsky declara que: os fins justificam os meios (desde que os meios não sejam inúteis; exemplo, em geral, o terrorismo individual é inútil); nenhum cinismo nesta atitude, mas, diz o autor, simples constatação dos factos. Trotsky declara ter destes factos uma consciência aguda, que constitui o seu sentido moral.
O conteúdo desta obra não é sem dúvida inteiramente novo, mas nunca foi expresso com tanta clareza, nem formulado tão nitidamente. Para toda uma categoria de intelectuais e escritores de esquerda a astúcia e a violência em si são sempre coisas más, que só podem gerar o mal. ParaTrotsky, quando são postas ao serviço de um fim justificado, a astúcia e a violência devem ser empregadas sem hesitação, representando nessas circunstâncias, pelo contrário, o bem.




Moralistas e Sicofantas Contra o Marxismo
Os traficantes de indulgências e os seus aliados socialistas ou um cuco em ninho alheio

Léon Trotsky

9 de Junho de 1939

Transcrição autorizada
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Observação: réplica à apresentação atribuida a Victor Serge do panfleto "A Moral Deles e a Nossa"
Fonte: 
A Moral Deles e a Nossa, Título original: Leur Morale et la Notre, Leon Trotsky Tradução: M. Resende. Edições Antídoto, 1979.
Transcrição: Ariana Meireles Souza 
HTML:  Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: © Edições Antídoto. Gentilmente cedidos pela Associação Política Socialista Revolucionária.

O panfleto A Moral Deles e a Nossa teve pelo menos o mérito de haver obrigado certos filistinos e sicofantas a desmascararem-se completamente. Os primeiros recortes da imprensa francesa e belga que me chegaram às mãos atestam-no. O mais claro no género é a recensão surgida no jornal católico parisiense La Croix. Estes Senhores têm o seu próprio sistema e não têm vergonha nenhuma de o defender: defendem a moral absoluta, e, em primeiro lugar, o algoz Franco — é a vontade de Deus. Por detrás deles segue um Higienista Celeste que recolhe e limpa todas as porcarias e todo o lixo que deixam atrás de si. Não é de espantar que condenem como desprezável a moral de revolucionários que assumem pessoalmente a sua própria responsabilidade. Neste momento, o que nos interessa, não são os traficantes de indulgências, mas os moralistas que dispensam Deus, ao mesmo tempo que procuram substitui-lo por si próprios.
O jornal «socialista» bruxelense Le Peuple — onde vai esconder-se a virtude! — não viu nada no meu livro para além de uma receita criminosa para formar células secretas com vista ao mais imoral de todos os objectivos: o de socavar o prestígio e os rendimentos da burocracia operária belga. É claro que se poderia retorquir que tal burocracia está maculada por inúmeras traições e puras escroquerias (bastar-nos-ia recordar a história do Banco Operário!), que essa mesma burocracia asfixia todo e qualquer lampejo de pensamento crítico na classe operária, que, na sua moral prática, ela não é em nada superior à sua aliada política, a hierarquia católica. Mas, antes do mais, só pessoas muito mal educadas mencionariam tais coisas desagradáveis; em segundo lugar, todos estes senhores, sejam quais forem os seus pecados veniais, fazem grandes provisões dos mais altos princípios de moral. Henri de Man vela pessoalmente por isso e, ante a sua elevada autoridade, nós, os bolcheviques, não poderemos naturalmente esperar nenhuma indulgência.
Antes de passarmos a outros moralistas, detenhamo-nos por um momento num prière d'insérer publicado pelos editores franceses do nosso livrinho. Pela sua própria natureza, um prière d'insérer recomenda um livro, ou, pelo menos, descreve objectivamente o seu conteúdo. Aquele que nos aparece pela frente é um prospecto de tipo inteiramente diferente. Bastaria dar um só exemplo:
«Trotsky pensa que o seu partido, que já esteve no poder e que hoje se encontra na oposição, representou sempre o verdadeiro proletariado e que ele próprio representou sempre a verdadeira moral. Conclui daqui por exemplo, o seguinte: fuzilar reféns é acto que assume significados completamente diferentes consoante a ordem for dada por Estaline, ou por Trotsky...»
A citação é perfeitamente suficiente para caracterizar o comentador que se encontra nos bastidores. O autor tem o direito incontestável de controlar o prière d'insérer do seu livro. Mas, como, no caso que nos ocupa, o autor se encontrava na altura do outro lado do mar, um «amigo», aproveitando-se aparentemente da falta de informação do editor, consegue infiltrar-se no ninho alheio e nele depositar o seu ovinho —oh! um ovinho muito pequeno, quase virginal. Quem é o autor deste «prière d'insérer»? Victor Serge, que traduziu o livro e que é também o seu crítico mais severo, poderia facilmente dar-nos a informação. Não ficaria surpreendido se se viesse a descobrir que o prospecto tinha sido escrito... não porVictor Serge, é claro, mas por um discípulo que imitasse tão bem as ideias como o estilo do mestre. Mas, talvez, no fim de contas, quem o escreveu tenha sido o próprio mestre, quer dizer, Victor Serge, na qualidade de «amigo» do autor.

«Moral de Hotentote!»

Suvarine e outros sicofantas lançaram imediatamente mão desta declaração do «prière d'insérer», o que lhes poupou o trabalho de escogitarem sofismas envenenados. Se Trotsky faz reféns, está bem; se é Estaline quem o faz, está mal. Face a tal «moral de Hotentote» não é difícil arvorar uma nobre indignação. Contudo, nada é mais fácil do que demonstrar, com base em exemplo muito recente, o vazio e a falsidade desta indignação.Victor Serge tornou-se publicamente membro do POUM (Partido Operário de Unidade Marxista), partido catalão que tinha as suas próprias milícias na frente, durante a guerra civil. Na frente de batalha, como se sabe, fuzila-se e mata-se. Poderemos portanto dizer:
«Para Victor Serge, os massacres têm sentidos muito diferentes, consoante a ordem provier do general Franco, ou dos dirigentes do próprio partido de Victor Serge».
Se o nosso moralista tivesse tentado reflectir um pouco sobre o significado dos seus próprios actos, antes de se abalançar a instruir os outros, teria provavelmente dito o seguinte: mas os trabalhadores espanhóis lutavam pela emancipação do povo, enquanto os bandos de Franco lutavam por reduzi-lo à escravidão! Serge não poderá inventar outra resposta. Por outras palavras, terá que repetir o «argumento de Hotentote»(1) de Trotsky sobre os reféns.

Ainda a propósito de reféns

No entanto, é possível e até provável que os nossos moralistas se recusem a dizer francamente o que se passa e tentem tergiversar: «matar na frente de batalha, é uma coisa; fuzilar reféns, é outra muito diversa!» Como demonstraremos, este argumento é totalmente estúpido. Mas detenhamo-nos por um instante no terreno escolhido pelo nosso adversário. Dizeis então que o sistema dos reféns é imoral «em si»? Bom: era isso que queríamos saber. Mas este sistema foi praticado no decurso de todas as guerras civis da História antiga e moderna. É evidente que decorre da própria natureza da guerra civil. Só poderemos tirar uma conclusão daqui, a saber, a de que a própria natureza da guerra civil é imoral. É esse o ponto de vista do jornal La Croix que estima que é necessário obedecer aos poderes instituídos, pois o poder emana de Deus. E Victor Serge? Não tem nenhum ponto de vista ponderado e assente: depositar um ovinho em ninho alheio é uma coisa, definir a própria posição perante problemas históricos complexos, é outra muito diversa! Admito de bom grado que pessoas de moralidade tão transcendente como AzañaCaballeroNegrin e Companhia, se oponham a que se façam quaisquer reféns no campo fascista: dos dois lados há burgueses, ligados entre si por laços materiais e familiares, e convictos de que, em caso e derrota, não só se salvarão, como preservarão também os seus meios de subsistência. À sua maneira, têm razão. Mas os fascistas, pelo seu lado, aprisionaram reféns entre os revolucionários proletários e, pelo seu lado, os revolucionários fizeram reféns na burguesia fascista, pois sabiam que ameaça representaria para si e para os seus irmãos de classe uma derrota mesmo parcial e temporária.
Victor Serge, quanto a ele, não sabe dizer exactamente o que quer: purgar a guerra civil do sistema dos reféns, ou purgar a história humana da guerra civil?
Sendo incapaz de abordar os fenómenos nas suas relações internas, o moralista pequeno-burguês pensa de maneira episódica, fragmentária, desgarrada. Artificialmente isolada, a questão dos reféns é, para ele, um problema «particular» independente das condições gerais que geram as lutas armadas entre as classes. A guerra civil é a expressão suprema da luta de classes. Tentar subordiná-la a «normas» abstractas significa, de facto, desarmar os trabalhadores face a um inimigo armado até aos dentes. O moralista pequeno-burguês é o irmão mais novo do pacifista burguês que deseja «humanizar» a guerra, proibindo a utilização de gases tóxicos, o bombardeamento de cidades abertas, etc. Politicamente, tais programas só servem para desviar as massas de pensarem na revolução como único meio de pôr fim à guerra.

O medo à opinião pública burguesa

Ensarilhado nestas contradições, o moralista poderia talvez argumentar que uma luta «aberta» e «consciente» entre os dois campos é uma coisa, mas que a captura de não-participantes nessa luta é outra. Contudo, este argumento não é mais do que uma miserável e estúpida escapatória. No campo de Franco batiam-se dezenas de milhar de homens enganados e recrutados à força. Os exércitos republicanos dispararam sobre esses infelizes cativos de um general reaccionário e mataram muitos desses homens. Seria moral ou imoral isto? E mais: a guerra moderna, com a sua artilharia de longo alcance, com o seu cortejo de destruições, de fome, de incêndios e epidemias, implica inevitavelmente a perda de centenas de milhar e de milhões de indivíduos, incluindo velhos e crianças, que não participam directamente na luta. As pessoas detidas como reféns encontram-se pelo menos ligadas por laços de classe e de solidariedade familiar a um dos campos, ou aos dirigentes desse campo. Fazendo reféns, pode-se proceder a uma selecção consciente. Um projéctil disparado por um canhão ou largado de um avião é enviado ao acaso e pode destruir facilmente não só os inimigos, mas também os amigos, os seus pais e filhos. Porque razão então os nossos moralistas isolam a questão dos reféns e fecham os olhos ao conteúdo da guerra civil no seu conjunto? Porque não são particularmente corajosos. Como homens de «esquerda», receiam romper abertamente com a revolução. Como pequeno-burgueses que são, têm medo de cortar as pontes com a opinião pública oficial. Ao condenarem o sistema dos reféns sentem-se em boa companhia — contra os bolcheviques. Mantêm covardemente o silêncio sobre a Espanha. Victor Serge protestará contra o facto de os trabalhadores espanhóis, os anarquistas e os poumistas terem feito reféns... mas só daqui a vinte anos.

O Código Moral da guerra civil

Há uma outra descoberta de Victor Serge que pertence à mesma categoria: a saber, a descoberta de que a degenerescência dos bolcheviques remonta ao tempo em que à Tcheka foi conferido o direito de decidir a sorte das pessoas à porta fechada. Serge brinca com o conceito de revolução, escreve poemas a respeito do assunto, mas é incapaz de compreender o que é uma revolução.
Os processos públicos só são possíveis em regimes estáveis. Quanto à guerra civil, é uma situação de extrema instabilidade para a sociedade e o Estado. Assim como é impossível publicar nos jornais os planos do Estado-maior, também é impossível revelar em processos públicos os pormenores das conjuras, pois estas últimas estão intimamente ligadas ao desenrolar da guerra civil. Não há dúvida absolutamente nenhuma que os processos à porta fechada aumentam consideravelmente a hipótese de erro. Isso significa muito simplesmente e isso de bom grado aceitamos, que as condições de guerra civil são pouco favoráveis ao exercício da justiça imparcial. E que será preciso dizer mais?
Propomos que Victor Serge seja nomeado presidente de uma comissão de inquérito composta, por exemplo, por Marceau PivertSouvarine, Waldo Frack, Max EastmanMagdeleine Paz e outros para redigir um código moral da guerra civil. Antecipadamente, poderemos dizer que o seu carácter geral seria bem claro. Durante a guerra civil, ambos os lados comprometem-se a não fazer reféns. Os processos públicos mantêm-se em vigor. Para que se desenrolem correctamente, mantém-se total liberdade de imprensa enquanto durarem as hostilidades. Como o bombardeamento das cidades é prejudicial à saúde pública, à liberdade de imprensa e à inviolabilidade do indivíduo, proibir-se-à formalmente esse procedimento. Por outras razões diferentes ou semelhantes, proscrever-se-à a utilização da artilharia. E, como as espingardas, as granadas de mão e até as baionetas exercem incontestavelmente uma influência nefasta sobre os seres humanos assim como sobre a democracia em geral a utilização de armas, quer de fogo, quer brancas, é formalmente proibida durante o conflito.
Código maravilhoso! Magnífico monumento à honra da retórica de Victor Serge e Magdeleine Paz! Contudo, enquanto este código continuar a não ser aceite como regra de conduta por todos os opressores e oprimidos, as classes em luta procurarão alcançar a vitória por todos os meios, enquanto os moralistas pequeno-burgueses continuarão a errar na confusão entre os dois campos, como fizeram até aqui. Subjectivamente, simpatizam com o oprimido — ninguém o duvida. Objectivamente, continuam prisioneiros da moral da classe dirigente e procuram impô-la aos oprimidos em vez de os auxiliarem a elaborar a moral de insurreição.

As massas não são para aqui chamadas!

Victor Serge pôs a nu de passagem aquilo que teria provocado a derrocada do partido bolchevique: um centralismo excessivo, uma desconfiança relativamente à luta ideológica, uma ausência de espírito libertário. Mais confiança nas massas, mais liberdade! Tudo isto está fora do espaço e do tempo. Mas as massas não são de maneira nenhuma homogéneas! Há massas revolucionárias; há massas passivas, há massas reaccionárias. As mesmas massas são inspiradas por disposições e objectivos diferentes em diferentes períodos. É justamente por esta razão que é indispensável uma organização centralizada da vanguarda. Só um partido que exerça a autoridade que adquiriu é capaz de superar as flutuações próprias das massas. Recobrir as massas com os traços da santidade e reduzir o próprio programa a uma «democracia» amorfa, corresponderia a dissolver-nos na classe tal como ela é, a transformarmo-nos de vanguarda em guarda atrasada e, do mesmo modo, a renunciarmos às tarefas revolucionárias. Por outro lado, se a ditadura do proletariado significa algo é antes do mais que a vanguarda da classe se encontra armada com os recursos do Estado para repelir os perigos, inclusivamente os que emanam das próprias camadas atrasadas do proletariado. Tudo isto é elementar; tudo isto foi demonstrado pela experiência da Rússia e confirmado pela experiência da Espanha.
Mas todo o segredo está em que, ao pedir a liberdade para as «massas», na realidade Victor Serge está a pedir a liberdade para si e para os seus pares; quer dizer, pede para ser libertado de todos os controles, de toda e qualquer disciplina e, inclusivamente, se possível, de toda e qualquer crítica a seu respeito. As massas não são para aqui chamadas! Quando o nosso «democrata» corre da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, semeando a confusão e a dúvida, julga-se a encarnação de uma salutar liberdade de pensamento. Mas quando nós avaliamos dum ponto de vista marxista as vacilações dum intelectual pequeno-burguês desiludido, parece-lhe isto um ultrage à sua individualidade. Alia-se então a todos os confusionistas para partir em cruzada contra o nosso despotismo e o nosso sectarismo.
A democracia no interior de um partido não é um objectivo em si. Deve ser completada e ligada pelo centralismo. Para um marxista a questão foi sempre esta: democracia, para quê, para que programa? O quadro do programa é simultaneamente o quadro da democracia. Victor Serge pedia que a Quarta Internacional concedesse liberdade de acção a todos os confusionistas, aos sectários e aos centristas do POUM, do tipo Vereecken, ouMarceau Pivert, aos burocratas conservadores do tipo Sneevliet, ou a simples aventureiros género R. Molinier. Por outro lado, Victor Serge auxiliou sistematicamente as organizações centristas a expulsar das suas fileiras os partidários da Quarta Internacional. Nós conhecemos perfeitamente este tipo de democracia; é complacente, acomodatícia, conciliadora... para com a direita; ao mesmo tempo, é exigente, mal-intencionada e pérfida...para com a esquerda. Representa pura e simplesmente o regime de auto-defesa do centrismo pequeno-burguês.

A luta contra o marxismo

Se Victor Serge adoptasse uma atitude séria para com os problemas teóricos, teria certos escrúpulos em apresentar-se como «inovador» e limitar-se-ia a remeter-se para BernsteinStruvé e todos os revisionistas do século passado que tentaram enxertar o kantismo no marxismo, ou, por outras palavras, subordinar a luta de classes do proletariado a princípios que se apresentam como sendo-lhes superiores. Como fez Kant, eles descrevem o «imperativo categórico» (a ideia do dever) como uma norma absoluta da moral, válida para toda a gente. Na realidade era uma questão de dever para com a sociedade burguesa. À sua maneira, BernsteinStruvéVorlander tinham uma atitude séria para com a teoria. Pediam abertamente um regresso a KantVictor Serge e os seus pares não sentem a menor responsabilidade para com o pensamento científico. Atêm-se a ilusões, a insinuações, quando muito a generalizações literárias. No entanto, embora as suas ideias sejam totalmente falsas, parece que vão reunir-se às fileiras de uma velha causa desacreditada: a de submeter o marxismo ao kantismo, a de paralisar a revolução socialista por meio de normas «absolutas», que representam de facto generalizações filosóficas dos interesses da burguesia — não da burguesia actual, é certo, mas da burguesia defunta da era do livre-câmbio e da democracia. A burguesia imperialista observa essas normas ainda menos do que a sua avó liberal. Mas considera de olhar benevolente as tentativas dos pregadores pequeno-burgueses para introduzirem a confusão, a perturbação e a hesitação nas fileiras do proletariado revolucionário. O objectivo essencial, não só de Hitler, mas também dos liberais e dos democratas é o de desacreditarem o bolchevismo, num momento em que a sua legitimidade ameaça tornar-se perfeitamente clara para as massas. O bolchevismo, o marxismo — eis o inimigo!
Quando o «irmão» Victor Basch, grão-sacerdote da moral democrática fabricou, com o auxílio do seu «irmão» Rosenmark, um documento falso para defender os processos de Moscovo, desmascarou-se publicamente. Provada a sua falsificação, bateu no peito e exclamou: «Então eu sou parcial? Eu sempre denunciei o terror de Lenine e de Trotsky!» Basch punha assim a nu duma forma flagrante o móbil profundo dos moralistas da democracia: algumas pessoas podem calar-se a respeito dos processos de Moscovo, outras podem atacar os mesmos processos, outros ainda podem defender esses mesmíssimos processos; mas a sua comum preocupação é a de utilizar os supracitados para condenarem a «moral» de Lenine e de Trotsky, quer dizer, os métodos da revolução proletária. Neste domínio são todos irmãos.
No prospecto escandaloso que acima foi citado, declara-se que eu desenvolvo os meus pontos de vista sobre a moral «apoiando-(me) emLenine». Pode pensar-se que esta frase mal definida, reproduzida por outras publicações, significa que eu desenvolvo os princípios teóricos deLenine. Mas, ao que sei, Lenine não escreveu nada sobre a moral. De facto, Victor Serge queria dizer algo muito diferente, a saber, que as minhas ideias são uma generalização da prática de Lenine, o «amoralista». Ele procura desacreditar a personalidade de Lenine com base nos meus juízos e os meus juízos com base na personalidade de Lenine. Com isto, mais não faz do que adular a tendência geral reaccionária dirigida contra o bolchevismo e o marxismo no seu conjunto.

Souvarine o sicofanta

Ex-pacifista, ex-comunista, ex-trotsquista, ex-comunista-democrático, ex-marxista... ex-Souvarine, quase se poderia dizer, Souvarine, ataca a revolução proletária e os revolucionários com tanto mais descaramento quanto não sabe o que quer. Este homem gosta de coleccionar citações, documentos, vírgulas e aspas, empilhar dossiers e, ao demais, sabe manejar a pena. De início, julgou que esta bagagem lhe duraria para toda a vida; mas depressa foi obrigado a reconhecer que além disso precisava de saber pensar. O seu livro sobre Estaline, apesar da abundância de citações e dos factos interessantes que aduz, é um testemunho da sua própria indigência. Souvarine não compreende o que é a revolução nem o que é a contra-revolução. Aplica ao processo histórico os critérios dum pequeno raciocinador que se sente ferido para sempre pela humanidade pecadora. A desproporção entre o seu espírito crítico e a sua importância criadora corrói-o como um ácido. Daí a sua constante exasperação e a sua falta da mais elementar honestidade na apreciação das ideias, dos homens e dos acontecimentos, tudo recoberto por um moralismo ressequido. Como todos os cínicos e os misantropos, Souvarine sente-se organicamente atraído pela reacção.
Terá Souvarine rompido realmente com o marxismo? Nunca o ouvimos falar disso. Ele prefere o equívoco: é o seu elemento natural. Na sua crítica ao meu panfleto, escreve: «Trotsky, mais uma vez, monta o cavalicoque da luta de classes, seu brinquedo favorito...» Para o marxista de outrora, a luta de classes é... o cavalicoque de Trotsky». Não é de surpreender que Souvarine pelo seu lado tenha preferido cavalgar o cão morto da moral eterna. À concepção marxista contrapõe ele «o sentido da justiça... sem consideração pelas diferenças de classes». Seja como for, é reconfortante saber-se que a nossa sociedade se encontra baseada num «sentido da justiça». Na próxima guerra, Souvarine irá sem dúvida expor a sua teoria aos soldados das trincheiras; enquanto isso, pode-se ir entretendo a fazer outro tanto com os inválidos da guerra que passou, com os desempregados, as crianças abandonadas e as prostitutas. Confessamos desde já que se ele saísse um pouco arranhado desta história, o nosso «sentido da justiça» não estaria do seu lado.
As críticas feitas por este apologista desavergonhado da justiça burguesa «sem entrar em linha de conta com as diferenças de classe» baseiam-se integralmente no «prière d'insérer» inspirado por Victor Serge. Este último, pelo seu lado, nas suas «teorizações» não vai além de uma série de empréstimos que bebe em Souvarine que, pelo menos, possui a vantagem de exprimir o que Victor Serge não ousa dizer.
Com fingida indignação — nada há de sincero nele — Souvarine escreve que, dado que Trotsky condena a moral dos democratas, dos reformistas, dos estalinistas e dos anarquistas, disso decorre que o único representante da moral é «o partido de Trotsky», e, como esse partido «não existe», em última análise, a encarnação da moral é o próprio Trotsky. Como evitar uma risada perante tais propósitos? Aparentemente,Souvarine imagina que é capaz de estabelecer a distinção entre o que existe e o que não existe. Trata-se de assunto simples enquanto o que está em jogo não vai além dos ovos mexidos ou dum par de suspensórios. Mas à escala do processo histórico, tal distinção escapa ao discernimento deSouvarine. «O que existe», nasce ou morre, desenvolve-se ou desintegra-se; o que existe só pode ser compreendido por aquele que lhe compreende as tendências internas.
Poder-se-ia contar pelos dedos da mão o número de pessoas que mantiveram uma posição revolucionária quando rebentou a última guerra. Toda a cena política oficial se encontrava praticamente recoberta pelas diversas nuances do chauvinismo. LiebknechtRosa LuxemburgoLenine pareciam indivíduos isolados, impotentes. Mas haverá a mínima dúvida de que a sua moral era superior à moral bestial da «união sagrada»? A política revolucionária de Liebknecht não era de maneira nenhuma «individualista», como na altura parecia ao filistino patriota médio. Pelo contrário,Liebknecht, e só ele, reflectia e prefigurava as profundas tendências revolucionárias das massas. A evolução posterior dos acontecimentos confirmaram isso integralmente. Não temer hoje uma ruptura completa com a opinião pública oficial, de forma a conquistar o direito de amanhã vir a exprimir as ideias e os sentimentos das massas insurgidas, eis um modo particular de existência que difere da existência empírica dos formalistas pequeno-burgueses. Todos os partidos da sociedade capitalista, todos os moralistas e os sicofantas perecerão sob os escombros da catástrofe eminente. O único partido que sobreviverá será o partido da revolução socialista mundial, muito embora pareça hoje em dia inexistente para os racionalistas cegos, exactamente como lhes havia parecido inexistente o partido de Lenine e de Liebknecht durante a última guerra.

Os revolucionários e os portadores de infecções

Engels escreveu um dia que ele e Marx tinham ficado toda a vida em minoria e que se «tinham sentido muito bem». Os períodos em que o movimento das classes oprimidas se eleva ao nível das tarefas gerais da revolução representam as excepções muito raras da história. Bem mais frequentes do que as vitórias são as derrotas dos oprimidos. Após cada derrota vem um período longo de reacção que remete os revolucionários para um estado de cruel isolamento. Em tais períodos, os pseudo-revolucionários, os «cavaleiros de uma hora», como diz um poeta russo, ou traem abertamente a causa dos oprimidos, ou correm em busca da forma de salvação que lhes permita evitar a ruptura com um ou outro dos campos em presença. Na nossa época é inconcebível encontrar-se uma forma conciliadora no domínio da economia política ou da sociologia; as contradições de classe há muito que destruíram a fórmula de «harmonia» defendida pelos liberais e pelos reformistas democratas. Resta o domínio da religião e da moral transcendente. Os «socialistas-revolucionários» russos tentaram salvar a democracia por meio da aliança com a Igreja. Marceau Pivertsubstitui a igreja pela maçonaria. Aparentemente, Victor Serge ainda não aderiu a nenhuma loja, mas não sente qualquer dificuldade em encontrar uma linguagem contra o marxismo semelhante à de Marceau Pivert.
Duas classes decidem da sorte da humanidade: a burguesia imperialista e o proletariado. O último recurso da burguesia é o fascismo, que substitui os critérios históricos e sociais por normas biológicas e zoológicas, de forma a libertar-se de toda e qualquer restrição na luta pela propriedade capitalista. A civilização só pode ser salva pela revolução socialista. Para realizar essa transformação completa, o proletariado necessita de todas as suas forças, de toda a sua determinação, de toda a sua audácia, de toda a sua paixão implacável. Sobretudo, deverá estar totalmente liberto das ficções da religião, da «democracia» e da moral transcendental, que são outras tantas cadeias forjadas pelo inimigo para o dominar e o reduzir à escravidão. Só e moral aquilo que prepara o proletariado para o derrube total e definitivo da bestialidade capitalista, e nada mais. A salvação da revolução — eis a lei suprema.
Uma compreensão clara da correlação entre as duas classes — a burguesia e o proletariado na época da sua luta mortal — revela-nos o significado objectivo do papel dos moralistas pequeno-burgueses. O seu traço essencial é a impotência: impotência social resultante da degradação económica da pequena-burguesia; Impotência ideológica devido ao medo desta classe face ao monstruoso ímpeto da luta das classes Daqui nasce a tendência do pequeno-burguês educado ou ignorante, para entravar a luta de classes. Quando não consegue atingir esse objectivo por meio da moral eterna — e isso não o pode conseguir — o pequeno- burguês lança-se nos braços do fascismo que entrava a luta de classes por meio de mitos e do machado do carrasco O moralismo de Victor Serge e dos seus pares é uma ponte que liga a revolução com a reacção. Souvarine já se encontra do outro lado da ponte. A menor concessão a estas tendências significa o principio da capitulação perante a reacção. Que estes portadores de infecções vão inocular as normas da moral em HitlerMussoliniChamberlain e Daladier. Quanto a nós, o programa da Revolução Proletária basta-nos.
Coyoacan, 9 de Junho de 1939