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sábado, 20 de abril de 2013

Gelio Fregapani - Por Partes - PARTE II


Novas privatizações

O neoliberalismo de FHC não nos considerava um país, mas um mercado, e integrado a outros mercados do mundo. Sem cidadania, sem história, sem passado, sem futuros, como mercado, apenas consumidores e fornecedores de matéria prima. Como à época da campanha da mídia e dos neoliberais pela destruição da Rede Ferroviária Federal, a privatização dos portos públicos sofre hoje um forçamento terrível. A Globo e a Veja lideram a tropa de choque. Pedem em uníssono a privatização dos portos. O governo atende e a Globo e a Veja elogiam o governo, pelo seu pragmatismo, sua adesão à racionalidade, à eficiência, à “redução do Custo Brasil”. O principal executor da privatização da Rede Ferroviária, à época a mando de FHC, novamente vai à banca internacional combinar o modelo de nova privatização dos portos, com idênticos objetivos, agora em nome de um governo que ainda cremos nacionalista...Alega-se que não há outra saída porque o Estado não tem como financiar os investimentos e é incompetente para gerir. Ora, o Estado tem uma capacidade de financiamento muito maior que qualquer empresa privada. Além disso, é o Estado, via BNDES, que financia as privatizações, como vimos anteriormente. O argumento da falta de recursos não se sustenta. É falacioso e desonesto. Quanto a competência, se não for encontrada nos quadros técnicos ou políticos, a temos nos empresários bem sucedidos. Se não for suficiente, encarregue-se as Forças Armadas que elas darão conta do recado.Os portos privados estarão ligados a empresas multinacionais de navegação marítima, grandes grupos internacionais, que estabelecerão preços artificialmente baixos (dumping), transferindo os custos para os demais itens (fretes etc). Quebrarão os portos nacionais que estejam na sua área de influência. Quando tiverem a logística portuária sob seu controle e quebrado os portos nacionais, públicos ou não, os oligopólios estabelecerão suas condições e seus preços ao país, aos produtores, exportadores e importadores brasileiros.  Contudo, aos poucos vamos tomando consciência.Brasil, desperta!