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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ao teólogo da calunia (jn)






Por Gil Cordeiro Dias Ferreira*
Carta enviada ao Cláudio Fontelles teólogo da calunia
5/04/2012
Meu caro Cláudio Fontelles, colega de turma ginasiano e amigo há 55 anos:
Reli hoje, 03/04/2013, à pg 23 de O Globo, seu artigo “Para que não se esqueça”, abordando a Comissão Nacional da Verdade (CNV) LEIA AQUI. Sim, reli, porque você já o havia enviado a mim há algumas semanas, através de seu blog. Obrigado pela consideração, mas não posso aceitar o que você ali postou. Por favor, não seja parcial: o texto da lei que criou a CNV é muito claro e genérico, não restringe a investigação às violações praticadas pelo Estado - logo, são todas, inclusive as da esquerda em que você militou quando jovem.

Argumentar com a "inexistência de dois lados" (não houve terrorismo?), como você fez, invocando a Lei dos Desaparecidos, de 1995, que é especificamente indenizatória e já rendeu seus frutos, fazendo uma conexão espúria entre ela e a da CNV, é apelação; é fazer pouco de nossa inteligência, ao comparar coisas heterogêneas; é aproveitar-se do fato de os derrotados de ontem estarem no poder hoje – e inverto seu título - “para que se esqueçam” o agit-prop leninista, a subversão e a violência que levaram à contrarrevolução de 1964;  tristemente, há pouco mais de uma década tudo isso tem voltado a se insinuar, num proselitismo cada vez mais acentuado, graças àqueles que posam hoje de paladinos da democracia, mas ainda acreditam numa ideologia fracassada, ditatorial, que matou milhões de pessoas mundo afora e foi lançada ao lixo da História em 09/11/1989, junto com o Muro de Berlim. Decididamente, não é esse o fervoroso católico e franciscano Cláudio Fontelles que conheci. De qualquer forma, trago-lhe, como de costume, nossas mais que cinquentenárias saudações maristas - ad majorem Dei gloriam – que contraponho às marxistas que parecem ter voltado a seduzi-lo.
*Oficial de Marinha reformado e Administrador