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sábado, 12 de janeiro de 2013


SÁBADO, 12 DE JANEIRO DE 2013

Amazônia, paixão mundial

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net 
Por Ernesto Caruso

E não é de hoje. Todo mundo quer passar a mão.

Gente de olho grande, fala solta, poder, pensamento futurista e preocupação com o seu povo e sua bandeira. Ameaças claras sem que se dê a devida importância. Terra, minerais, rios definidos por nascentes, fozes e margens, história de conquistas através entendimento, regras e guerras. Projetos que se transformaram em ações ou palavras que pairam no ar como pó não sedimentado. Com soldado, canhão, punho de renda ou cifrão.

Presente a intenção de internacionalizar o paraíso da água doce, da riqueza mineral e da biodiversidade, em cada momento um foco diferente e próprio da época. Interesses comerciais e expansionistas a singrar a hidrografia do planejamento e as vias fluviais da rica bacia tropical, em expedições científicas e/ou de pirataria.

Passado remoto e bem recente, História e notícia.

Em 1809, o príncipe regente D. João, determinou a ocupação de Caiena, capital da Guiana Francesa, em represália à invasão de Portugal pelo exército de Napoleão Bonaparte de lá saindo em 1817, com o Tratado de Utrecht e definição da fronteira no Oiapoque, contendo a expansão francesa na margem norte de rio Amazonas. Só resolvida mais tarde na chamada Questão do Amapá, após conflitos, 1894/1900, e arbitramento pelo presidente da Suíça, livrando o Brasil de perder 260.000 km².

O norte-americano Mathew Fontaine Maury em 1850 apesar da negativa em explorar o Rio Amazonas o faz e publica livro a respeito, além de conceber a migração de senhores e escravos para a Amazônia brasileira, com intuito de preservar os investimentos. Tal proposta se repete com James Watson Webb em 1862, só referente aos negros, ao que consta para “deportação”.

Vale citar a persistente ação nesse período sobre o Império para que este abrisse o rio Amazonas à livre navegação internacional.

A oeste da exuberante região, o país teve problemas com a Bolívia na Questão do Acre, no entorno de 1900, que arrendou a área ao consórcio norte-americano Bolivian Syndicate, envolvendo combates armados e solucionado pelo Tratado de Petrópolis.

Na Questão do Pirara com a Guiana Inglesa em 1904, a discutir a linha de fronteira, catequese e proteção aos índios, criação de área neutra, arbitramento pelo rei da Itália e o Brasil perdeu cerca de 19.000 km². A reserva indígena Raposa Serra do Sol, contigua ao território perdido, ocupa área no nordeste de Roraima, faz limite com a Venezuela e a Guiana a demonstrar que enquanto os ingleses tiveram uma visão geopolítica na época, o Brasil/Executivo/STF fechou os olhos a esse ponto nas relações internacionais e à História, um século depois com tal homologação.

Nos idos de 1946 foi proposta por um brasileiro na Assembléia Geral da Unesco a criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica muito combatida em especial pelo então deputado Arthur Bernardes, a destacar a pormenorizada conferência proferida no Clube Militar em 27/06/1951. De início comparou os quase 3,5 milhões de km² da Hiléia no Brasil com a da Europa, sem a Rússia, com menos de 600 mil.

Lá, diz: “realizaram os seus grandes destinos dentro das próprias fronteiras, na América do Sul, com o pretexto da criação do instituto, entrega-se-lhe toda a vasta região amazônica, precisamente quando as nações imperialistas perdem as suas colônias e ávidas de matérias-primas, voltam-se para os espaços vazios do planeta.” Arremata: “Dispondo de cem por cento de domínio sobre a Amazônia passará o nosso pais a ter apenas uma sexagésima parte sobre eles, se o conselho do Instituto, como tudo faz crer, vier a compor-se das 60 nações da ONU e da UNESCO.”

Na década de 60, surgiu o projeto Lago Amazônico do Hudson Institute/Hermann Khan, com inundação de grande área para propiciar pesca e navegação, também rejeitado.

O tempo passa e o dito fica registrado por Margareth Thatcher, Mitterand, Al Gore, Gorbatchev, John Major, Gen Patrick Hugles, quando se referem à preservação da Amazônia em relação ao mundo.

A região Norte detém 81,5% das área indígenas; no Estado do Amazonas correspondem a 45,7 milhões de hectares.

Em 2009, o príncipe Charles da Inglaterra se reuniu em Manaus com representantes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), que lhe entregaram uma carta pedindo para se reconhecer os povos indígenas como os verdadeiros guardiões da floresta. Esse filme já passou na Questão do Pirara.YY hace dos o tres años que este gobierno solicitó al Brasil permiso para enviar un vapor que remontara el Amazonas para explorarlo, no sólo en beneficio de los Estados Unidos, sino para el bien del comercio, la ciencia y el mundo.

Ernesto Caruso é Coronel Reformado do EB.