02/10 - Castroländia
|
Fidel Castro, o rei da castrolândia |
Rodrigo Constantino - O Globo - 02/10/2012
Michael Moore, Jack Nicholson, Oliver Stone, Steven Spielberg, Francis Coppola, Robert Redford, Danny Glover e Sean Penn: o que todos eles têm em comum, além da fama e da fortuna? São bajuladores da mais longa, cruel e assassina ditadura do continente. Cuba ainda desperta fortes emoções em muito inocente útil mundo afora. Por isso devemos celebrar o lançamento, pela Leya, do livro “Fidel: O tirano mais amado do mundo”, de Humberto Fontova Exilado em Miami, Fontova é também autor de “O verdadeiro Che Guevara”. Não deve ser fácil ver os gringos tratando como heróis esses que dizimaram e escravizaram seus familiares, transformando sua nação em um feudo miserável.
A reverência ao meio século de totalitarismo cubano mostra que
alardear boas intenções vale mais do que atos concretos. A retórica
“altruísta” dos revolucionários serve como salvo-conduto para todo tipo de
crime comum. Em nome da utopia socialista, vale tudo. Os “nobres” fins
justificam os meios mais nefastos. Muitos falam dos “avanços sociais” na
saúde e na educação. Como se isso, mesmo que fosse verdade (não é),
absolvesse todos os crimes hediondos do ditador adulado por Hollywood. Cuba
não era um prostíbulo americano antes de 1959. Era um país com ampla classe
média, com o terceiro maior consumo de proteína no hemisfério ocidental, a
segunda renda per capita da América Latina (maior que a Áustria e o Japão), e
a taxa de mortalidade infantil mais baixa da região.
Sua taxa de alfabetização já era de 80% em 1957, e o mais importante:
os cubanos tinham cerca de 60 opções de jornais diários para escolher.
Compare-se a isso a realidade hoje, com um único jornal, monopólio estatal,
que reproduz somente aquilo que o ditador deseja. Nas salas de aula, os
alunos “aprendem” sobre as maravilhas do socialismo, e depois precisam
enfrentar a realidade infernal da ilha-presídio. Educação?
Em 1958, Cuba tinha nove cassinos, e apenas 5% do capital investido no
país eram americanos. Se muitos turistas buscavam diversão na ilha, vários
cubanos também viajavam para Miami. Hoje, milhares de cubanos estão dispostos
a nadar no meio de tubarões para tentar a liberdade nos Estados Unidos, tudo
para fugir do“paraíso” socialista onde “nenhuma criança dorme na rua”
Para piorar o quadro, Havana recentemente passou Bangcoc como “capital
do sexo infantil no mundo”. Possui ainda as maiores taxas de suicídio e
aborto da região, fruto da miséria e do desespero. Isso apesar dos mais de
US$ 100 bilhões de subsídios que a antiga União Soviética mandou para Fidel.
Chávez assumiu a mesada, mas fica tudo concentrado na “nomenklatura”
escolhida pelo Líder Máximo.
Há também uma segregação racial na ilha, com 80% dos presos sendo
negros, contra menos de 1% da cúpula do poder. Homossexuais são perseguidos.
Os “progressistas” da esquerda caviar não suportariam viver um dia sequer em
“A Ilha do Doutor Castro” (outra leitura recomendada). Cuba virou importante
rota de tráfico de drogas, com claros sinais de envolvimento do governo, assim
como um quintal para terroristas antiamericanos.
Raúl Castro escreveu em 1960: “Meu sonho é jogar três bombas atômicas
em Nova York.” Seu irmão chegou a arquitetar planos para efetivamente lançar
bombas na cidade, que felizmente fracassaram.
Fidel, retratado como humanitário pelos idiotas, já demonstrava sua
paixão pela violência desde jovem. Em seu livro “Cuba sem Fidel”, Brian
Latell diz: “Já com 20 anos de idade, Fidel considerava a prática de
assassinatos e a provocação de situações caóticas meios justificáveis e
aceitáveis para ver materializados seus interesses pessoais.”
Mas eis que o tirano ainda conquista corações ingênuos por aí. Alguns
podem alegar que a Guerra Fria acabou, que o socialismo morreu, e que digo o
óbvio. Nelson Rodrigues sabia que “somente os profetas enxergam o óbvio”.
O leitor duvida? Então por que ainda temos partidos que pregam o
socialismo, enaltecendo o regime cubano, como faz o PSOL de Chico Alencar e
Marcelo Freixo? Por que nossa presidente chama Cuba de “país-irmão”na ONU, criticando
o embargo americano (parece que ser “explorado” pelos ianques é algo bom,
afinal), mas é incapaz de fazer uma crítica ao regime ditatorial dos Castro?
Não se engane. A esquerda carnívora ainda vive, e tem em Fidel um
guru. Aguardem o dia de sua morte para ver a patética comoção. Daí a
importância do livro de Fontova, um antídoto para essa doença que ainda
encontra terreno fértil abaixo da linha do Equador, com a ajuda dos nossos
“intelectuais” e dos famosos de Hollywood.
|