A NOTÍCIA NÃO É NOVA, MAS A “IMPRENSA” BRASILEIRA NÃO
REPERCUTIU COMO DEVERIA O PEDIDO DO PROMOTOR, NÃO SE INTERESSOU OU NA MELHOR DAS HIPOTESES,
CONTRARIAVA OUTROS “INTERESSES”, E BOTA “INTERESSES” NISSO. (jn)
Portugal se atrasou, mas enfim públicou. CORREIO DA MANHÃ - LISBOA 3/10/2012
Por:Domingos
Grilo Serrinha, Correspondente no Brasil
O bloqueio de bens tem como
finalidade garantir a devolução aos cofres públicos de quatro milhões de euros
que Lula, segundo o MPF, usou indevidamente.
A ação interposta pelo MPF refere-se
ao gasto desses mais de dez milhões de
cartas enviadas pela Segurança Social a reformados entre Outubro e Dezembro de
2004, segundo ano do primeiro mandato de Lula.
A missiva avisava os reformados que um
convénio estabelecido entre a Segurança Social e o até então desconhecido Banco
BMG lhes permitia a partir de então pedirem empréstimos a juros baixos e sem
qualquer burocracia àquela instituição bancária, com o desconto das parcelas
sendo feito directamente nas reformas.
Até aí não haveria problema, não fossem
dois detalhes, que chamaram a atenção dos promotores. O BMG, único banco
privado a ser autorizado na altura a realizar esse tipo de empréstimo,
conseguiu a autorização em menos de duas semanas, quando o normal seriam vários
meses, e as cartas, simples correspondência informativa, eram assinadas por
ninguém menos que o próprio presidente da República, algo nada comum para esse
tipo de aviso.
Para o Ministério Público, não há
dúvida de que Lula e o então ministro da Segurança Social, Amir Lando, que
também assinou as cartas e é igualmente acusado na acção, usaram a
correspondência para obterem promoção pessoal e lucro político e que a acção do
presidente da República favoreceu a extrema rapidez com que o BMG conseguiu
autorização para operar o negócio, desrespeitando as normas do mercado. A 13.ª
Vara Federal, em Brasília, a quem a acção foi distribuída, ainda não se
pronunciou sobre o pedido do MPF.