] segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Pressão interna no STF pode obrigar Toffoli a pedir para sair depressa do julgamento do Mensalão
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
A bola da vez no
julgamento da Ação 470 não deve ser um mensalaeiro do chamado núcleo político,
que começa a ser avaliado a partir de hoje. Mas sim o mais jovem ministro do
Supremo Tribunal Federal – o que pode provocar mais um impasse e um atraso nos
trabalhos da corte suprema. José Antônio Dias Toffoli pode ser forçado a se
considerar impedido de continuar atuando no caso, por causa de um documento
anexado aos autos pela defesa do Banco Rural, relacionando Toffoli como membro
da cúpula do PT que avalizou empréstimos bancários questionados no processo.
O blog do jornalista
Felipe Patury, no site da Revista Época, revelou que o nome do então advogado
José Antônio Dias Toffoli aparece como “Delegado do PT” na certidão apresentada
pela executiva petista ao Banco Rural para obter um empréstimo de R$ 3 milhões.
Na ata, o agora julgador Toffoli faz companhia aos atuais réus José Dirceu,
Delúbio Soares e José Genoíno – acusados pelo Ministério Público de comporem o
núcleo político do mensalão, como cérebros por trás do esquema.
Diante da tal
revelação, Toffoli deve sofrer uma pressão interna no STF para se julgar
impedido de julgar o caso – o que vai causar tremenda confusão, com a anulação
de tudo que ele já votou até agora. Se isso ocorrer, o julgamento sofreria mais
um atraso, empurrando a decisão sobre as condenações para além de novembro.
Assim, a apreciação sobre as penas aplicadas aos condenados corre o risco de só
acontecer a partir de fevereiro do ano que vem, depois do recesso do
Judiciário. E com os recursos da defesa, o julgamento vai longe...
A assessoria de
Toffoli garante que o documento foi emitido dois anos antes do empréstimo – o
que não compromete o ministro. Por suas ligações publicamente conhecidas com
vários petistas réus do mensalão, Toffoli deveria ter se julgado impedido de
participar do julgamento, desde o começo. Como não fez isto, na hora dos
recursos de defesa, tudo que Toffoli votou pode ser anulado. O caso pode abrir
uma crise no STF, onde muitos dos colegas não aprovam o ministro que nunca foi
juiz, antes de chegar à instância máxima da Justiça brasileira.
Esta informação da
Época comprometendo a imagem do julgador Toffoli e a reportagem de capa da
revista Veja - em que Marcos Valério teria afirmado que Lula era o chefe do
esquema do mensalão – são ingredientes para apimentar ainda mais o julgamento
dos saques em espécie feitos por deputados e assessores de políticos e de
partidos na boca do caixa do Banco Rural – que o relator Joaquim Barbosa começa
a julgar hoje e só deve terminar nesta terça-feira.
Sempre inocente
Jornais noticiam que
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou as últimas 24 horas negando
que tenha tido qualquer encontro com o empresário Marcos Valério, que o aponta
como o chefe do esquema mensaleiro – conforme revelou a revista Veja.
Mas $talinácio deve
ter ficado muito PT da vida com as palavras supostamente ditas por Valério a
amigos – nesta operação midiática de mandar recado à petralhada, diante da
quase certa possibilidade de puxar cadeia como condenado no Mensalão:
“"Não podem
condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio
e o Zé não falamos".
Oportuna lembrança
O jornal O Globo de
domingo informou que o escândalo do mensalão tem pelo menos 118 réus em
processos abertos em diferentes instâncias da Justiça.
É o o triplo da
quantidade de acusados em julgamento há mais de um mês no Supremo Tribunal
Federal.
Os dados foram
levantados na Justiça Federal no Distrito Federal e em quatro estados — Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo —; no Tribunal Regional
Federal (TRF) da 3ª Região, em São Paulo; e no próprio STF, onde um inquérito
tramita paralelamente à ação penal julgada pelo plenário da mais alta Corte do
país desde 2 de agosto.
Numerologia mensaleira
Do total de 118 réus,
35 são julgados tanto pelos ministros do STF quanto em processos abertos com o
desmembramento das investigações.
Outros 80 estão fora
do principal julgamento, mas são réus nos demais processos.
E três são réus
apenas no Supremo: o publicitário Duda Mendonça, sua sócia Zilmar Fernandes e o
ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
Apenas Marcos
Valério, operador do mensalão, seus sócios e Rogério Tolentino, advogado da
SMP&B Comunicação, foram condenados na primeira instância da Justiça de
Minas Gerais.
As bolas da vez
O quarto de um total
de sete capítulos do julgamento do mensalão deve consumir pelo menos duas
semanas do plenário.
Os ministros votarão
sobre a existência ou não do esquema de compra de apoio político no governo
Lula, atingindo 23 réus.
Além de Dirceu,
respondem por corrupção ativa o núcleo de Marcos Valério.
São acusados de
corrupção passiva políticos do PP, PL, PTB e PMDB, que também serão julgados por
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Triângulo das Bermudas
A petralhada já sabe
quem é o próximo escândalo que pode deixar o governo de calça curta - ou de
saia justa (como preferirem).
São revelações
bombásticas sobre o derramamento de dinheiro feito pelo esquema de Carlinhos
Cachoeira - outro que anda doido para
abrir a boca, tal qual Marcos Valério.
Pode vir à tona o
detalhamento completo de como a empreiteira Delta - que comandava as obras do
Programa de Aceleração do Crescimento - abastecia os políticos com a grana
desviada de empreitadas superturadas
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
Creditos
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net