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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SAMBA DE UMA NOTA SÓ (JN)

Do Editor

O caso é serio e triste. Mas não há como não perguntar

Senhores(a)  da Comissão da Verdade....  E na bunada ? não vai dinha?



Materia postada na   averdadesufocada

26/09 - Em memória de todos os mortos
 
 Assim como a senhora Clarice Herzog  tem o direito de plei-
tear
 
esclarecimentos e se contentar com o que a Comissão 
lhe oferecer como "verdade",  os parentes dessas 120 vítimas 
têm o direito, de ver os crimes dos terroristas investigados 
e tornados públicos? 
Ou eles não têm direito a direitos humanos, que sempre lhes
foram negados 
 até pela igreja? Por que jamais uma missa
foi rezada na Igreja da Sé, ou outra qualquer, com tanta 
pompa e circunstância, para uma das vítimas dos terroristas?
Enterros,sim! Tiveram acompanhamento de autoridades e da 
população, parando São Paulo, como o de Boilesen, desarmado,
e metralhado pelas costas 
por vários terroristas; 
como o do dr Octávio Moreira Júnior, morto pelas costas, vol-
tando da praia: o corpo crivado de balas; 
como o enterro do Ten PMSP Alberto Mendes Júnior morto
a coronhadas, quando se entregara como refém em troca
de subordinados feridos, ao grupo de Lamarca!
Os familiares dessas 120 vítimas exigem da Comissão da 
Verdade, se é a VERDADE  que querem, que esses assassi-
natos sejam investigados!
E, não só os familiares, mas a sociedade, e apropria HISTÓRIA!
Veja relação completa de vítimas 
AQUI e AQUI e AQUI
Em memória de Herzog
Editorial Folha de São Paulo - 26/09/2012
No dia 31 de outubro de 1975, a catedral da Sé, no centro de São Paulo, recebeu uma pequena multidão para um culto ecumênico em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog. A reportagem da Folha calculou, na ocasião, que cerca de 8.000 pessoas estavam na igreja e mil, do lado de fora.
O ato religioso representou uma manifestação pública pioneira contra a ditadura militar. O regime sobreviveria ainda por uma década, mas em franca decadência.
O jornalista trabalhava na TV Cultura e era ligado ao Partido Comunista Brasileiro. Na sexta-feira, dia 24, fora levado por agentes às dependências do DOI-Codi, órgão subordinado ao estamento militar.
No domingo, dia 26, o 2º Exército emitiu nota na qual afirmava que Herzog se suicidara. Era notório que ele havia sido torturado.
A impostura, inscrita na certidão de óbito, foi mantida por 37 anos. Agora, por iniciativa da viúva Clarice Herzog e da Comissão da Verdade, a Justiça restabeleceu os fatos. Passará a constar do documento que a morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do 2º Exército.
A correção, determinada pelo juiz Márcio Bonilha Filho, da Segunda Vara de Registros Públicos de São Paulo, tem valor simbólico e histórico -e abre a perspectiva de outras reparações análogas.
Foi o primeiro resultado prático das atividades da Comissão da Verdade. Formada por sete membros, ela foi instaurada pela presidente Dilma Rousseff, em maio, para investigar violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988.
O título da comissão, para ser rigoroso, contém uma hipérbole enganosa. Primeiro, porque a verdade histórica é esquiva e sujeita a controvérsia. Depois, porque a comissão, num passo criticável, afastou de sua alçada violações cometidas por organizações de esquerda.
Lembre-se que a lei 12.528, que criou o colegiado, dá margem a essa extensão das investigações pelo colegiado, descartada por iniciativa exclusiva de seus integrantes.
Sem dúvida que o objeto principal da comissão são os atos praticados por agentes públicos. Não há comparação possível entre a perseguição, a tortura e o assassínio organizados sistematicamente pelo Estado, de um lado, e ações de grupos armados de esquerda, de outro, mesmo nos casos em que levaram inocentes à morte -tampouco há motivo razoável para afastá-las do exame frio para registro da história.
À luz do espírito conciliatório da Anistia, os atos da comissão não podem legalmente se revestir de caráter jurisdicional, para condenar ou para absolver. Como no caso de Herzog, é preciso esclarecer os fatos e reconstituir a memória -o que deveria valer para todos.