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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Só um gênio do surrealismo ou algum terrorista, em atentado conta a Língua Portuguesa, faria o pronunciamento abaixo, na capital da Turquia. Dilma Rousseff conseguiu tal proeza, sem nem sequer saber o que foi o Surrealismo, desprezando totalmente a gramática, mas, como uma iluminada surgida do gineceu socialista das terras brasílicas, e mergulhando de cabeça no Brasil Maravilha para turista deslumbrado ver e tirar foto.
Ou o Itamarati tem uma cambada de incompetentes ou tem um monte de malandros “sem noção”, e, por isso, o discurso da governanta não passou pela medida do “semancol”.
A coluna de Augusto Nunes segue logo abaixo.
Sônia van Dijck
“Eles não definitiram os modelos de regulação capazes de resolver a pesada dívida soberana que pesa sobre seus própios bancos” (…) A Turquia e o Brasil tem sabido resisitir à crise porque aposta no fortalecimento dos seus mercados domésticos, porque aposta na expansão dos investimentos industriais, agrícolas e de infraestrutura. (…) E também tem estrutura de coordenação. (…) Todos nós devemos discutir como fazer para superar essa fase, que é uma fase grave das crise internacional até porque, indiretamente, ela afeta todos nós. Somos países muito similares e, como disse os que me antecederam, complementares“. (Dilma Rousseff)
07/10/2011 às 22:09 \ Direto ao Ponto

Brasil e Turquia refazem a parceria para garantir o triunfo no campeonato do ridículo

No campo do ridículo, confirmou Dilma Rousseff nesta sexta-feira, o Brasil Maravilha consegue superar-se quando age em parceria com a Turquia. A última da dupla fora registrada em maio de 2010, quando o presidente Lula e o primeiro-ministro Recep Erdogan baixaram no Irã para fechar, em nome do planeta, um acordo com os aiatolás atômicos. A maluquice foi pulverizada em poucas horas pelas potências de verdade e Lula teve de engolir o fiasco sem engasgos. Nesta tarde, ao lado do colega turco Abdullah Gil, Dilma resolveu liquidar com um falatório em Ancara a crise econômica internacional. Em 2008, Lula ordenou a Barack Obama que proibisse o tsunami financeiro de cruzar o Atlântico e atazanar o País do Carnaval. Dilma acaba de ordenar aos governantes europeus que deem um jeito nos problemas que andam criando.
Depoir de dar um pito nos países desenvolvidos, a presidente búlgara do Brasil torturou o tradutor com palavrórios desconexos, a gramática com erros de concordância e a Europa com conselhos sem pé nem cabeça ─ tudo para ensinar ao inexperiente Velho Mundo o que se deixou de fazer e o que deve ser feito. Reproduzidos sem correções, os trechos em itálico dão uma ideia do que foi a aula em dilmês castiço. “Eles não definitiram os modelos de regulação capazes de resolver a pesada dívida soberana que pesa sobre seus própios bancos” (…) A Turquia e o Brasil tem sabido resisitir à crise porque aposta no fortalecimento dos seus mercados domésticos, porque aposta na expansão dos investimentos industriais, agrícolas e de infraestrutura. (…) E também tem estrutura de coordenação. (…) Todos nós devemos discutir como fazer para superar essa fase, que é uma fase grave das crise internacional até porque, indiretamente, ela afeta todos nós. Somos países muito similares e, como disse os que me antecederam, complementares“.
Em maio de 2010 depois do fiasco em Teerã, escrevi neste espaço que o problema do país tropical não é o complexo de vira-lata diagnosticado por Nelson Rodrigues. Essa disfunção só deu as caras entre 1950, quando a derrota na final contra o Uruguai transformou o brasileiro no último dos torcedores, e 1958, quando a Seleção triunfou na Copa da Suécia. O problema é o contrário do complexo de vira-lata: é a síndrome de com-o-Brasil-ninguém-pode. Aprende-se ainda no útero que a nossa bandeira é a mais bonita do mundo, embora ninguém se atreva a sair por aí tentando combinar camisa azul, calça verde e paletó amarelo. Aprende-se no berço que o nosso hino é o mais bonito do mundo, muitos sustenidos e bemóis à frente da Marselhesa. Aprende-se no jardim da infância que Deus é brasileiro.
Portador da síndrome em sua forma mais aguda, Lula botou na cabeça que um país assim merecia um governante que pode tudo. No cérebro do Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos, a área reservada à acumulação de conhecimentos é um terreno baldio. Por não ter assistido a uma só aula de geografia, peleja para descobrir no mapa-múndi onde fica o Oriente Médio. Mas acha possível encerrar com duas conversas confrontos sobre os quais nada sabe. Por nunca ter lido um livro de história, ignora que o Irã é a antiga Pérsia, confunde o xá com chá, não faz a menor ideia de quem foi Khomeini. Desconhece o passado que produziu os ahmadinejads do presente. É natural que transforme escroques internacionais em amigos de infância.
Entre outros flagelos, o Brasil é assolado por mais de 10 milhões de analfabetos, um sistema de saneamento básico que só cobre metade das moradias, cicatrizes apavorantes no sistema de saúde e de educação, favelas miseráveis penduradas em morros sem lei, fronteiras fora do alcance do Estado, zonas de exclusão que encolheram o mapa oficial em milhões de quilômetros quadrados, a violência epidêmica, a corrupção endêmica, o primitivismo político, uma demasia de carências a eliminar. O mundo vai descobrindo que a potência de araque não sabe sequer organizar uma Copa do Mundo. Lula durante oito anos e Dilma há mais de nove meses fazem de conta que isso é conversa de inimigo da pátria.
Lula promoveu-se a conselheiro político do universo. Só faltava a sucessora nomear-se consultora econômica do planeta. Depois do palavrório na Turquia, já não falta mais nada.
Augusto Nunes