Marco Aurelio defende a PF e dá prosseguimento a processo contra Gilmar Mendes
SEX , 19/8/2011 REDAÇÃO ÉPOCA BRASIL TAGS: 180811, GILMAR MENDES, MARCO AURÉLIO MELLO, O ESTADO DE S.PAULO,OPERAÇÃO VOUCHER, POLÍCIA FEDERAL, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
A Polícia Federal, alvo de repetidos ataques depois da realização da Operação Voucher (que investigou corrupção no Ministério do Turismo), ganhou uma defesa importante na noite de quinta. O apoio veio, como conta o Estadão, do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, colega justamente daquele que se tornou o maior crítico da PF, o também ministro do STF Gilmar Mendes.
Mello acha preferível conviver com os “excessos” da Polícia Federal a uma “apatia” em sua ação. “Contamos com uma Polícia Federal atuante. Mil vezes termos excessos do que apatia. Os excessos podem e devem ser coibidos visando ao aprimoramento”, afirmou o ministro, na noite de quarta-feira, 17, ao abrir a solenidade do Prêmio Engenho de Comunicação, em Brasília, do qual foi jurado. |
O detalhe é que Mello deu essas declarações diante de Mendes, seu desafeto. Mas o fato que mais irritou Mendes ocorreu antes, em uma sessão do Supremo na qual Marco Aurélio Mello pediu vistas em um processo no qual o advogado Alberto Piovesan pede o impeachment de Mendes. Ricardo Lewandowski, o relator do processo, recomendou o arquivamento sem ao menos citar o nome de Mendes, voto seguido por Luiz Fux e Cármen Lucia. Mello não deixou barato.
Para evitar a sangria do Supremo, queria-se julgar esse caso com discrição. O pedido de vista chamou atenção para o caso e adiou uma conclusão do assunto. Marco Aurélio não queria, disse depois, que a decisão parecesse atender somente ao espírito de corpo da corte. (…) Tido pelos colegas como provocador, Marco Aurélio contemporizou na quinta-feira, prometendo devolver o processo de impeachment rapidamente para “desfazer esse mal-estar”. |
José Antonio Lima