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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Comentários de geliofregapani

Comentário nº 81– 10 de dezembro de 2010
Assuntos:  Ameaças da OTAM; Investimentos estrangeiros; Fertilizantes; Presente grego e Plebiscitos

Será que a OTAN nos ameaça?
A OTAN, na defesa dos interesses de seus membros agora pretende ter caráter global e andou ameaçando estender sua atuação ao Atlântico Sul. Apesar de suas preocupações principais serem a Rússia, a China e possivelmente a Índia, pode ser que a primeira atuação seja no Oriente Médio. Concretizando-se esta hipótese pode até estar preparado o palco para uma nova fase de Guerra Fria, mas ao menos estará afastada provisoriamente a ameaça ao pré-sal.
Muito mais preocupante pode ser em relação ao nióbio, nos tempos que se aproximam. O Brasil detém 98% das reservas mundiais exploráveis de nióbio e o mundo consome anualmente cerca de 37.000 toneladas do minério, totalmente retiradas do Brasil  O preço do metal refinado, 99,9% puro, cotado na Bolsa de Metais de Londres a 90 dólares o quilograma, é meramente simbólico, porque o Brasil é o único fornecedor mundial. Portanto, é ele quem deveria determinar o seu preço. Enquanto fornecermos a esse preço de banana tudo parece calmo. Poderíamos até fixar um preço maior, mas dificilmente os países da OTAN arriscar-se-ão a possibilidade de um bloqueio das exportações, principalmente quando 90% do nióbio conhecido se encontra no desguarnecido morro dos Sei s Lagos. Isto ficou implícito no WikiLeaks

Investimentos estrangeiros: trazem ou drenam recursos?

Os investimentos  estrangeiros  registrados no Brasil de 1947 até 2008 totalizaram U$ 222,6 bilhões de dólares. Os juros, lucros e outras remessas oficiais remetidas para o exterior, apenas entre 1995 e 2008, somaram US$ 292,2 bilhões, e são somente a ponta do iceberg das reais transferências  para o exterior. O grosso delas se realiza através das contas de serviços, de preços superfaturados nas importações e subfaturada nas exportações. A maior parte dos investimentos estrangeiros não é empregada em nova produção. É usada pelas transnacionais para assumir, por aquisições e fusões, o controle de atividades produtivas pré-existentes, quas e sempre criadas com capitais de empresas brasileiras.

Agora que os estrangeiros sabem que o dólar vai virar pó, estão comprando a qualquer preço todos os meios de produção. Chineses, americanos e europeus empenham-se em transformar seus dólares que perderão o valor, em ativos que renderão dinheiro. Os que venderem ficarão com o mico preto. E o Brasil não será dono de seus meios de produção.
Nossos empresários necessitam saber disto. Divulgue, se puder.

Fertilizantes – uma vulnerabilidade
O setor agropecuário, particularmente o agronegócio, tem garantido nossas exportações, mas é altamente dependente de fertilizantes importados. O debate sobre a criação de uma empresa estatal de fertilizantes, proposta pelo então ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, foi deixado de lado durante o período eleitoral, mas deve ser retomado - sob pena de perpetuar a vulnerabilidade de um dos setores mais importantes da economia nacional, às manipulações de mercado das produtoras transnacionais de fertilizantes, como a Bunge.
Isto é conhecido e divulgado. O que não é divulgado é que os fertilizantes a base de nitrogênio, fosfato e potássio são vantajosamente substituídos pelas algas calcárias, abundantes no nosso litoral, mas de exploração proibida pelo Ibama. A França atribui a excelência de seus vinhos e de seus queijos ao adubo de seus parreirais e de suas pastagens com essas algas.
Na França pode. Aqui o Ibama tranca. Por que? Será ideologia ou correm milhões de dólares?

Caridade muito estranha – em plena crise financeira
A Inglaterra do príncipe Charles estaria disposta a desembolsar cerca de 10 bilhões de libras esterlinas (mais de R$ 50 bilhões) para remuneração dos ‘serviços ambientais’ que as florestas nativas prestam à humanidade.  Isto em plena crise financeira que está deixando aquele país de joelhos.  Os recursos se destinariam a  melhorar a vida dos índios, para que se transformem em “guardiões  das florestas”.
A manobra britânica só pode ser uma ação de guerra psicológica. Não se aceita presentes do inimigo. A guerra de Tróia já nos mostrou na história do cavalo.
A guerra psicológica não para. Quatro militares foram denunciados pelo Ministério Público Federal no Amazonas, falsamente acusados de  abuso de autoridade e tortura a índios  em São Gabriel da Cachoeira. Se os índios que acusam os militares têm envolvimento com tráfico de drogas, não interessa... Os índios podem tudo! O importante é demonizar os militares.
 Ou nossa gente se conscientiza de que existe um complô transnacional  trabalhando para nos fragmentar e reage, ou nos esfacelaremos até mesmo sem luta.


Opinião pública e opinião publicada

Acredito na democracia direta. Nem tanto na representativa, mesmo em desacordo com a opinião “publicada”. A idéia de fazer plebiscitos, aventada pela presidente eleita, é combatida por todos os partidos. A oposição que teme que Dilma o use para impor o socialismo e os partidos aliados da situação que temem que o governo escape de sua dependência, mas será bom para o nosso povo? Na minha opinião, sim!
O povo não é bobo. É certo que a opinião pública pode ser manipulada, mas é mais difícil manipulá-la do que fazer conchavos partidários. Com a internet então a manipulação fica quase impossível – veja-se o plebiscito sobre a posse de armas.
 Os políticos e os manipuladores procuram confundir a opinião publicada com a opinião pública, mas isto nem sempre é verdade. O plebiscito é a real democracia direta e mostra o que realmente o povo quer. Faça-se um plebiscito sobre o numero de parlamentares  e seus salários, por exemplo, e veremos o numero deles se reduzir a real necessidade e os salários a uma quantia justa. Por isto mesmo dificilmente  será feito um novo plebiscito.
Querer bandido eliminado é opinião pública. Querer penas educativas é opinião publicada. O Bope representa, no caso, os direitos humanos da gente comum. Só intelectual gosta de bandido. Faça-se um plebiscito para ver.

Que Deus guarde a todos nós
Gelio Fregapani