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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Médico que atendeu José Serra pede explicações a Lula no Supremo -



25/10/2010 - 20h45

Médico que atendeu José Serra pede explicações a Lula no Supremo

LUIZA SOUTO
DO RIO
O médico Jacob Kligerman, que atendeu José Serra na última quarta-feira após o candidato à Presidência ser hostilizado por manifestantes do PT em Campo Grande (zona oeste do Rio), entrou na noite de hoje no STF com um pedido de explicações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pedido, encaminhado por fax pelo advogado de Kligerman, o ex-deputado e candidato derrotado ao Senado pelo PSB Marcelo Cerqueira, tem como base o artigo 144 do Código Penal.
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Nele, incluído no capítulo dos crimes contra a honra, se estabelece que "se de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa".
Oncologista especializado em cabeça e pescoço, Kligerman foi acusado por Lula de ter participado de uma fraude. Serra, amigo do médico há 40 anos, disse ter sido atingido na cabeça por um objeto pesado, como uma bobina de papel, e Kligerman recomendou que ele passasse por uma tomografia.
"Vou tomar todas as providências possíveis, pois fui ofendido no meu ato médico", disse ele à tarde, durante ato de desagravo promovido por amigos em um restaurante da zona sul do Rio.
Com 46 anos de profissão, Kligerman afirmou que José Serra foi tratado como paciente e que seu único partido é um estilo de samba, o partido alto.
Para o candidato à vice, Indio da Costa (DEM), Lula usa o cargo para distorcer a verdade.
"O doutor Jacob tem décadas de profissão e é um médico muito respeitado. Ele não merece isso. Eu que levei o Serra no hospital e ele estava tonto. Foi uma agressividade do PT. A diferença entre Jacob e o Lula é que o doutor não usa o cargo dele para distorcer a verdade."
Marcelo Cerqueira explicou como será o processo.
"Como duas redes de televisão mostraram versões diferentes do ocorrido, queremos saber se o presidente foi induzido ao erro. Então vamos interpelá-lo no STF para que ele diga qual a versão ele acha que é a correta. Se ele se retratar, acabou o assunto."