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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dilma caótica, aposto cólica Bulgara (JN)

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Reinaldo Azevedo

12/10/2010
às 7:27

12/10/2010

às 7:27

Dilma vai à Igreja, mas erra na hora do “Pelo Sinal”; precisa fazer um “God training”

Olhem, eu não estaria tratando deste assunto aqui não fosse essa exploração vulgar que os petistas fazem da religião, alimentando a farsa de que existe uma guerra santa contra Dilma, o que é mentira. Ontem, como vocês viram, a candidata foi à Basílica de Aparecida para provar toda a sua fé, a sua “formação católica”. Vejam um vídeo da Band. Volto em seguida.




Negou-se, evidentemente, tratar-se de exploração eleitoreira da fé, embora ela se fizesse acompanhar de Gilberto Carvalho, chefe de Gabinete de Lula, que estava matando o serviço, e de Gabriel Chalita, deputado eleito pelo PSB, novo coroinha do socialismo de resultados e, quero crer,  destacado membro do Ministério da Educação caso a petista se eleja. Se bem que ele tem tantas e tamanhas habilidades que, do Ministério da Pesca à Secretaria da Mulher, poderia ocupar qualquer pasta — e ainda torturaria o estilo  e a Inculta & Bela escrevendo um livro por mês sobre a sua experiência.
Essa conversão tardia de Chalita ao socialismo ainda vai render muitas revelações. Paulo, supõe-se, caiu do cavalo (embora não haja cavalo do Texto) ao receber o sinal; Chalita subiu no cavalo que lhe pareceu mais lustroso na época. É um Apóstolo Paulo às avessas.
Como às avessas é o “Pelo Sinal” de Dilma Rousseff, aquelas três cruzes que fazem no corpo as pessoas que se persignam, a saber:
Primeira cruz, na testa - Texto: “Pelo sinal da Santa Cruz…”
Segunda cruz, na boca - Texto: “Livrai-nos Deus, Nosso Senhor,…”
Terceira cruz  no peito - Texto: “Dos nossos inimigos”.
Há uma seqüência, como sabe todo católico. As cruzes, a exemplo do Sinal da Cruz que se segue a essa persignação, devem ser feitas da esquerda para a direita, não da direita para a esquerda. Recém-convertida, vocês sabem, Dilma se atrapalhou um tantinho: a primeira  saiu da direita para a esquerda, a segunda da esquerda para direita (e, notem bem, o Lenho sagrado ganha um ponto a mais, no nariz!!!), e a terceira da direita para a esquerda de novo. Vai ver é influência da Igreja Ortodoxa búlgara, que faz o final da Cruz da direita para a esquerda…
Que importância tem isso? Não perguntem a mim, mas a quem recorre a um templo católico para evidenciar uma fé que, em abril do ano passado, se resumia a isso:
“Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha”.
A declaração foi dada à revista
Marie Claire.
Chalita, que cevou seu eleitorado entre católicos não exatamente fãs da Teologia da Libertação e do socialismo, ou Gilberto Carvalho, um católico de esquerda (dizem que existe isso…), poderiam fazer ao menos uma espécie de “God training” com Dilma.
Ao sair da Igreja, Dilma concedeu uma entrevista coletiva — sobre política, é claro. Estava lá por isso. A Nossa Senhora de Forma Geral (lembram-se?) virou a Nossa Senhora das Urnas. É desrespeitoso!
O PT cometeu um erro ao inventar que havia uma guerra santa contra o partido. Agora paga o preço de mexer com aspectos da cultura e da vivência das pessoas cujo alcance desconhece. E não pode ir, assim, arrombando a porta do templo na certeza de que, também nessa área, a exemplo do que se faz na política, tanto faz dizer uma coisa ou outra, tanto faz ir da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.
Por Reinaldo Azevedo