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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

11.08.2010 ARES CHILENOS I e II

Estou passando férias no Chile, país que completa 20 anos de governos civis pós-ditadura militar de Augusto Pinochet. O general deu um golpe de estado para combater a transformação do Chile numa nova Cuba naqueles idos de 1973. Não fosse isso, o país andino provavelmente teria se tornado uma ditadura de esquerda com os comunistas e socialistas tomando o controle das instituições e solapando-as com voracidade. O melhor exemplo atual é o que Chávez faz com a Venezuela.

Justificado pelo radicalismo transformador comunista que prometeu e cumpriu combater, a ditadura Pinochet cometeu todos os tipos de excessos imagináveis. No entanto, mesmo com ausência de liberdade o país mudou e muito para melhor. O foco em uma economia liberal e crescente fizeram do Chile uma ilha de desenvolvimento na América Latina.

ARES CHILENOS II
Tenho conversado com muitos chilenos sobre dois assuntos: política e economia. Da média das pessoas tenho ouvido sobre o governo Pinochet: ´Tínhamos muita segurança e ele fez grandes projetos cujos frutos colhemos até hoje. Mas houve excessos, violações´.

Os chilenos não negam seu passado, mas não fazem do passado um impedimento para o futuro. Aqui não há marajás do bolsa-ditadura, premiados ao fim de um regime e que receberam bilhões do suado dinheiro dos contribuintes. O Chile de hoje parece ter vergonha na cara.

O Palácio La Moneda, bombardeado em 1973 e onde Allende se matou, é hoje a casa de Sebástian Piñera. É o primeiro direitista a presidir o Chile pós-Pinochet. É um dos homens mais ricos do Chile. Um liberal e, dizem, um ex-pinochetista. No plebiscito de 1988 ele defendeu o NO, ou seja, o fim da ditadura de Pinochet. O NO venceu por pequena margem e Piñera surgiu como liderança da direita democrática. Empresário, o atual presidente tem fama de ser um homem de diálogo e composição, sem abrir mão de suas posições. Tanto que esta semana nomeou o veterano ex-senador Fernando Flores, ex-ministro da Fazenda de Salvador Allende, como presidente do Conselho de Inovação para a Competitividade. Piñera quer um Chile ainda mais moderno, competitivo e inovador.
 
TRIBUTOS
Dói no coração ver os anúncios dos automóveis no Chile. Isto porque aqui os automóveis custam, em média, entre 40% e 50% menos, incluídos os tributos. Acordos de livre comércio com países como a Coréia do Sul, por exemplo, garantem carros modernos e baratos.

O Chile é um país tão próximo do nosso e que, no aspecto tributário, tanto se parece com os EUA. Ou seja, é menos injusto.
 
IVA
Aqui no Chile vigora o sistema de imposto único, o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Todos os produtos vendidos e serviços pagam 19%. E não há mais nada a pagar. Em alguns setores parte pode ser descontada em pagamentos futuros. Quando nos dão uma nota fiscal o imposto está ali, destacado. O contribuinte sabe o que está pagando. Não é a bandalheira fiscal brasileira.
 
VINHOS
O Chile exporta atualmente US$ 1,4 bilhão em vinhos. O plano do setor vitivinícola é chegar a US$ 3 bilhões em 10 anos, até 2020. Para isso, vão aumentar a área plantada e pretendem, ao longo da década, aumentar o valor médio da caixa de US$ 26 para US$ 36. Poucos setores no mundo são tão organizados como este setor no país.
 
PÉSSIMA
Acompanhei via twitter a entrevista que Dilma Rousseff concedeu ao Jornal Nacional. Os internautas caíram de pau, dizendo que ela tinha se saído muito mal. Verdade. Quando cheguei no hotel assisti pela internet. O problema é que quanto pior e mais vazio o desempenho de um candidato, mais chances ele tem de faturar.

Nunca, jamais duvide do que o eleitor brasileiro é capaz.
 
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Que outras coisas são tão abjetas quanto a carga tributária brasileira?

creditos:  
www.pontodireto.com.br