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domingo, 2 de maio de 2010

O CRIADOR E A CRIATURA



O “influente nocivo” e a nova “metamorfose ambulante

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Definitivamente, temos uma candidata à nossa altura. Somos, penosamente, medíocres.
Temos um mandatário enganoso, uma metamorfose ambulante capaz de tudo para instilar na população seus parâmetros distorcidos, “e de erodir as instituições e instalar uma burocracia sindical que se apropria sistematicamente do mando dos gigantescos fundos de pensão das estatais, os quais, por sua vez, têm assento nos conselhos das mais poderosas empresas brasileiras”, conforme denunciou FHC em recente artigo.  
Acostumado a sobreviver sem dignidade, faz da artimanha e do embuste os seus combustíveis, por isso adotou como “modus faciendi” a enganação, a afirmar o que não acredita.
 Decididamente, seu único compromisso é consigo; para tanto, é peremptório em dizer o que lhe convém, como se desvencilha de tudo o que possa obstar seu caminho, inclusive pessoas (pobre Ciro Gomes).
Verdadeiro como uma nota de trinta reais, distorce, engana, se afasta, destrói e assopra e, para afagar seu ego, credita – se como o responsável por qualquer sucesso, não titubeando em portar - se como um inescrupuloso engenheiro de obras prontas, e não ruborizando em declarar como seus os trabalhos e as obras de outrem.
Soberbo, agiganta–se quando cercado de arautos e da platéia camarada. Nestes casos, é galhofeiro, cínico, venenoso e disfarçado. Tripudia da autoridade dos outros e menospreza e faz pouco caso daqueles que pejorativamente chama de “inimigos do povo e invejosos de seu sucesso”. “Influente” oportunista, são conhecidas as suas contradições e acusações contra inimigos do passado aos quais, agora, cobre de elogios. Contudo, apesar de registradas e difundidas inúmeras de suas decantadas falhas de caráter, o povo finge que não vê.
Isento de medidas, destituído de padrões, não tem vergonha, nem culpas, assim, faz as coisas acontecerem, do seu jeito, um jeito cretino de ser. O fim justifica os meios tem sido a sua força, a sua paixão, e o seu modo de viver em paz consigo.
Manhoso, seu espírito livre de amarras morais cresce alimentado por parasitas que o seguem, adulam e alimentam a sua vaidade. Atualmente, não vive, paira, julga - se onipotente, magnífico, intocável, inimputável e inatingível.
O sujeito é uma “metamorfose ambulante”, e para confirmar a deplorável alcunha, dias atrás, ao dirigir-se aos ruralistas, retirou a máscara e o boné do MST para passar uma reprimenda nos lamurientos fazendeiros e, ao mesmo tempo, deplorar as invasões.
Ao escolher a sucessora, não o fez gratuitamente, está certo de que seu festejado carisma será capaz de entronizar a “anta”. Ele pode ter razão, o que será uma tragédia anunciada.
Um belo exemplo de caradurismo assimilado por sua candidata, que, seguindo a sua tática de pronunciar um discurso embromador para cada auditório, no caso na feira agrícola Agrishow no interior de São Paulo, descaradamente, como se nada tivesse com as ações paramilitares do MST, criticou as invasões de terra, a ocupação de prédios públicos e considerou - as como "atitudes ilegais". "Sou inteiramente contrária a criar prejuízos aos que não são responsáveis pela política e sou contrária às invasões de terra", destacou, sem citar aquele movimento.
A demagogice colhe suculentos frutos, pois sua candidatura é apoiada, amplamente, pelo miliciano movimento. Assim, com eles, que venha o boné, longe, saca - se o boné. E haja calorosos aplausos dos dois lados. Como diria o calejado e desacorçoado analista político “me engana que eu gosto”.
Eis, de corpo inteiro o criador e a criatura. Ambos abomináveis.
Brasília, DF, 02 de maio de 2010
Creditos: Ternuma Regional Brasília