Ontem, 23 de janeiro, em sua quarta viagem a Cuba, em oito anos como presidente, Lula desembarcou em La Habana, para “um encontro entre amigos” – Fidel Castro -, segundo suas palavras, registradas pela imprensa. Esperava festa na recepção – e certamente a teve – mas um cadáver estava lá: Orlando Zapata Tamayo.
Zapata, preso político do regime cubano, foi injustamente condenado, barbaramente torturado e faleceu na prisão socialistas de Fidel e Raul Castro. Sem direito a nada.
A morte de Zapata ocorreu poucas horas antes de Lula da Silva aterrissar em La Habana. E eis a ironia. Na véspera de sua chegada, 50 presos políticos cubanos conseguiram divulgar uma carta na qual pediam a Lula que gestionasse, junto aos Castro, por eles, pela liberdade, por tratamento digno. A carta mencionava, em especial, a Orlando Zapata.
Lula não atendeu o pedido dos 50 presos políticos cubanos, afirma El País. Um deles não espera mais, Orlando Zapata Tamayo, foi assassinado pelos Castro.
Lula está em Cuba, ditadura longa e sangrenta. Lula a elogia. Lula a tem como exemplar. Dilma Rousseff, o acompanha na avaliação. Aliás, todo o PT o acompanha no deslumbramento. Não é de causar estranheza. Afinal, os ex-guerrilheiros, que governam com Lula, pegaram em armas para implantar, no Brasil, o sistema que vigora, há mais de 50 anos, em Cuba. Se tivessem vencido, os frutos que estaríamos colhendo seriam estes, os que os cubanos colhem.
El país, periódico Espanhol, o que atribuiu a Lula um prêmio, tem como manchete: Lula llega a Cuba para respaldar al regime castrista. Desnecessário é dizer que o assassinato de Orlando Zapata Tamayo deixa claro que todos aqueles que dão seu aval a esta ditadura, jamais poderão libertar-se do estigma que há muito os persegue, mas agora, com toda exuberância, mostra sua natureza maléfica, de meros assassinos. Ficam, então, sujeitos a um futuro tribunal internacional, onde deverão ser julgados por práticas criminosas contra a humanidade. Que Lula e Dilma fiquem atentos.
A imprensa brasileira mantém-se calada sobre a barbárie praticada em Cuba. Sobre este herói, Orlando Zapata, - morto por lutar pela liberdade do seu povo - os “jornalões”, dão apenas pequenas notas. O Estadão chega às raias da crueldade e mentira ao afirmar em título de matéria: Greve de fome mata cubano. Não foi a greve de fome, foi o regime cubano. Não querem retirar o “brilho” do reencontro de velhos amigos, “Lula e Fidel”. Não seria justo um zé qualquer, um pedreiro, assassinado pelos Castro, tirar de cena o abraço sentimental que o bom aluno dará em seu mestre e guia.