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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Médico pelego e o O Médico realista


RESPOSTA  DE UM MÉDICO,
DR.  HUMBERTO DE LUNA  FREIRE FILHO,

PUBLICADA NO “O ESTADO DE SÃO PAULO ”
A OUTRO MÉDICO,
DR. ALDO PACINOTO
 O PELEGO ABDUZIDO


Carta do Dr. Aldo Pacinoto   ( PELEGO ABDUZIDO)


Prezado senhor Humberto.
Sei perfeitamente que os leitores do jornal O Estado de S.Paulo são conserva­dores, muitas vezes reacionários, claramente de direita. Mas algumas car­tas chegam ao cúmulo do absurdo.
Ontem um leitor disse que a culpa dos erros nas cartilhas do governo do se­nhor José Serra é culpa de algum "petista infiltrado" na  Secretaria da Educação. Hoje, o senhor faz uma observação completamente equivocada. Não é apenas o presidente americano Obama que elogia o nosso presidente. Os elogios estão vindo de todos os continentes. É o presidente francês, é o presidente sul-africano, o  premiê in­glês, finlandes, a alemã.

Só não vêem em Lula um grande líder pessoas preconceituosas que ainda o enxer­gam como um metalúrgico analfabeto. O senhor deve ser de classe média média ou alta.
Pergunto: o que piorou em sua vida com o governo Lula? O que vai melhorar com  o governo Serra? É claro que a classe média não quer enxergar em  Lula um presi­dente que tem enfrentado crises econômicas internacionais como ninguém.
O senhor lê a Economist? O El País? O Le Monde? Se ficar lendo apenas o Estadão e a Veja terá uma visão burguesa e centrada em críticas e mais críticas. Radical.
O senhor sabe o quanto o atual governo melhorou a vida dos menos  favoreci­dos? O senhor não quer que ele melhore a vida dos mais  pobres? Sou mé­dico, não sou petista, sou classe média até digamos alta. Tinha tudo para pensar como os lei­tores do  Estadão, que mandam frases de efeito, às vezes engraçadi­nhas, que o jor­nal adora publicar. Mas, felizmente, penso exatamente ao contrário desses leito­res. Graças a Deus e ao meu pai, que me ensinou a olhar a vida sem radicalismos.

Atenciosamente.
ALDO  PACINOTO
Curitiba           


RESPOSTA  DO DR. HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO ( Realista)

Prezado colega  Aldo (Também sou médico - Neurocirurgião)

Antes de mais nada quero deixar claro que não sou eleitor do Sr.José Serra, sou  apolítico, não filiado a nenhum partido, tenho nojo de politíca, e  consequente­mente, de políticos, principalmente dos  atuais.
Sou a favor sim, dos princípios morais, mas, para meu desapontamento, isso transformou-se em fruta rara nos três Poderes da República no atual go­verno. Quero também informar ao colega que leio qualquer publicação e não só O Estado de S. Paulo e a Revista Veja, como também já viajei por meio mundo, portanto vou responder suas indagações com conhecimento, e o que é mais im­portante, com a  independência de um profissional liberal não comprometido com  governo nem com imprensa nem com igreja nem com sindicatos ou com  quem quer que seja.

Quanto à sua pergunta sobre o que piorou  na minha vida durante o governo Lula e as possíveis melhoras em um possível governo Serra, eu diria que não houve nem haverá nenhuma  mudança. Nem eu quero que haja, porque de go­verno, qualquer que seja a tendência ideológica, eu só desejo uma coisa: DIS­TÂNCIA.

Não dependo nem nunca dependi de nenhum deles. Uma outra afirmativa sua é sobre a melhoria da vida dos mais  pobres (por conta do bolsa família, ima­gino). Minha opinião é  que bolsa família não é inclusão social, é esmola, mais  pre­cisa­mente compra disfarçada de votos. O pobre não quer  esmola, quer escolas, hos­pitais, ambulatórios que funcionem na realidade. Nos palanques eleitorais já foi dito até que a medicina pública brasileira está próxima da perfeição. Só que a cú­pula  do governo, quando precisa de assistência médica, dirige-se ao  Sirio-Libanês ou ao Hospital Israelita, e chega em São Paulo em jatos particulares. O colega, como médico, não deve ignorar essa  realidade.

Na área rural, falta mão de obra porque o dito trabalhador rural virou para­sita do governo, e não mais  trabalha. Para que trabalhar? eu fico em casa e no final do mês o  governo me paga. Essa foi a frase que tive que engolir, não faz  muito tempo, antes de abortar um projeto em minha propriedade rural, que empregaria pelo menos 50 pessoas. Quando optamos pela mecanização, vem um bando de sindicalistas hipócritas junto com a  quadrilha do MST, diga-se de passagem foras da lei e baderneiros, financiados com dinheiro público, dizer que a máquina está tirando o emprego no campo.

Outro item a que você se refere é sobre a minha observação, completamente
equivocada (equivocada na sua opinião), publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo. Pois é, aquela é a MINHA observação, e eu espero que o colega a respeite como eu respeitaria a sua, se lá estivesse publicada. E mais, se  você quiser fazer um giro maior, saindo portanto, da esfera do  Estadão e da Veja para fugir do con­servadorismo dos mesmos, (conservadorismo também opinião sua - respeito) , verá que existem muitas outras publicações minhas dentro do mesmo raciocínio, coerência, independência e coragem que tenho para falar o que quero, e assumir totalmente a responsabilidade pelo dito. Colega, por  favor, pesquise os seguintes jornais: Diário de Pernambuco  (Recife-PE), Diário da Manhã (Goiânia-GO), Gazeta do Povo  (Curitiba-PR) , O Dia (Rio de Janeiro-RJ), Jornal O Povo(Fortaleza-CE) e outros, além de dezenas de sites e blogs.

Agora faço a minha primeira pergunta: são todos conservadores e reacioná­rios? Não! são independentes. Não são parte da imprensa submissa e remunerada com dinheiro público, não fazem publicidade da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Economica Federal, do PAC, e o mais importante, não recebem ordens de Franklin Martins, (o Joseph Goebbels Tupiniquin), manipulador de informações, prestidigi­tador que usa o vulnerável substrato cultural brasileiro, para transformar câncer em voto.

E para encerrar, permita-me fazer mais essas perguntas: O The Economist, o El País,O Le Monde etc. informaram a opinião pública européia sobre as dezenas de escândalos financeiros e morais ocorridos no País nos últimos sete anos, e que permanecem impunes por pressão do grande lider e asseclas? Infor­maram que o Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha manipulada pelo Executivo (80% envolvidos em algum tipo de delito) e que conseguiram extinguir a oposição? Informaram que a maior empresa brasileira é estatal e ao mesmo tempo usufruto do governo, e que o mesmo tenta desesperadamente blindá-la contra  qualquer fiscalização? Informaram que 40% dos ministros e ex-ministros desse governo respondem a processos por malversação de dinheiro público?

Eu acho que os chefes de estados da Europa não sabem dessas particularida­des. Por muito menos estão rolando cabeças no Parlamento Britânico, e com uma grande diferença, o dinheiro lá desviado é devolvido aos cofres públi­cos; enquanto aqui parte é rateada; parte é para pagar bons advogados, e outra parte é incor­porada ao patrimônio do ladrão.

Casos exaustivamente comentados na imprensa vem ocorrendo há anos com pelo menos cinco indivíduos que hoje fazem parte ativa da base de sustentação do grande líder. Isso para não falar de coisas mais graves como os assassinatos dos prefeitos de Campinas e de Santo  André, envolvendo verbas de campanha. Crimes esses nunca  esclarecidos e cujos cadáveres permanecem até hoje no armário do PT. Portanto, ver Luiz Inácio Lula da Silva como um líder é querer forçar um pouco. Para mim, ele não passa de papagaio de pirata de  Hugo Chavéz. Veja a sua última pérola: "O Brasil acha petróleo a 6 mil metros de pro­fundidade, por que não acha um avião a 2 mil". Isso não é pronunciamento de lí­der em um evento público envolvendo dezenas de chefes de estado. Isso cairia bem em reunião de sindicato ou em mesa de botequim. Caracteriza oportunismo vulgar.

Moro no Brasil, sei ler e não sinto azia quando leio. Não sou preconceituoso nem radical, modéstia a parte, sou esclarecido, e se combater corrupção é radica­lismo, aí sim, sou  RADICAL, e estou pronto para qualquer coisa como todo  nor­destino.. . de  caráter.


Atenciosamente.
Humberto de Luna Freire  Filho
São Paulo