Por Claudio Dantas Sequeira- Isto É
A frota presidencial agora conta com mais dois jatos de luxo da Embraer que custaram R$ 168 milhões. Além do Aerolula.
A partir de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá exercer sua diplomacia presidencial pelo mundo afora a bordo de um novo avião. Trata-se de um jato Embraer 190, da família E-Jet, mesmo modelo encomendado pelo ex-piloto austríaco Niki Lauda para a frota da sua companhia comercial, a Lauda Air. No caso brasileiro, o EMB-190 será usado especialmente para as viagens pela América Latina. Também servirá para transportar equipes de apoio, convidados e como aeronave reserva para casos de eventual manutenção ou pane do Aerolula, como a que ocorreu em março no retorno de uma viagem aos Estados Unidos.
Desde que trocou o velho Boeing 707, o "Sucatão", pelo moderno Airbus A319, em 2005, a Presidência estudava adquirir aviões que substituíssem os dois Boeing 737-200, chamados de "sucatinhas". Mas a repercussão negativa da compra do avião presidencial, por US$ 56,7 milhões, adiou os planos. A decisão de compra veio depois que, em 2007, uma das aeronaves apresentou problema técnico e interrompeu uma viagem da comitiva presidencial à África. O avião levava 25 empresários e 25 jornalistas. O presidente, então, comentou com assessores que o episódio havia definitivamente convencido a imprensa, que criticara a compra do Aerolula, da necessidade de renovação de toda a frota presidencial.
"Apesar de terem poucas horas de voo, os sucatinhas já têm 35 anos de idade e precisavam ser substituídos", explica a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Mas a aquisição das novas aeronaves também tem um objetivo comercial. Ao visitar outros países com jatos da Embraer, o presidente Lula aproveitará para fazer propaganda da indústria nacional. Os dois EMB-190 custaram cada um US$ 52 milhões (um total de R$ 168 milhões, ao câmbio de R$ 1,62, de agosto de 2008). De acordo com autoridades militares ouvidas por ISTOÉ, o governo teria economizado R$ 30 milhões em relação ao preço da concorrência. As aeronaves tiveram a autonomia de voo estendida para até oito horas, podendo decolar de Brasília e chegar às Ilhas Canárias, na costa africana. Com apenas uma parada técnica para reabastecimento, será possível atingir a África e a Europa.