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sábado, 10 de maio de 2008

O culto a apologia da ignorância.

Mantivemos o título do autor e a integra do artigo, que por sinal atende aos pressupostos de urgência relevância e constitucionalidade, (como as MPs de lula), além da análise perfeita da burrice que assola o governo Lula, inesgotável fonte de prepotência arrogância e incompetência.
Salvo melhor juízo do autor, daria eu o título de : “ Quem cacareja o que quer, ouve o que não quer”
O Editor.


Ternuma Regional Brasília

Por Carlos Alberto Cordella

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem se esmerando cada vez mais em sua eloqüência estapafúrdia. O termo correto seria eloqüência verbal, mas em se tratando do presidente da República o termo se encaixa perfeitamente. Nosso presidente tem por hábito maltratar a semântica e surpreendentemente ser ovacionado como um sábio filólogo. A cada discurso Lula se supera. Durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável, em pleno Palácio dos Horrores, digo Planalto, Lula levou a platéia ao delírio ao afirmar que:

“- A Amazônia é nossa desde que Cabral pôs os pés, por que nós agora temos de ter preocupação”? Palavras de um grande estadista!

Afirmou ainda, com muita convicção, do alto de sua cultura e sabedoria que os índios sempre fizeram a defesa de nossas fronteiras
.
Como bom conhecedor da história do Brasil, Lula deveria saber que quando Cabral "pôs os pés aqui", a Amazônia pertencia a Espanha e não, ao Brasil que pertencia a Portugal. Deveria saber que no testamento de Adão e Eva as terras do novo continente foram divididas entre Portugal e Espanha cabendo à Espanha as terras situadas a oeste da Linha de Tordesilhas.

Lula não leu a bula Papal!!! Que, se hoje o Brasil é um país continental, onde se inclui a Amazônia, deve isto a Felipe II, aos portugueses e brasileiros que lutaram e morreram para integrá-la ao território nacional e não exclusivamente aos índios. Os índios que participaram da consolidação do território brasileiro já estavam integrados à sociedade e não eram apenas silvícolas. Talvez a confusão de Lula resida na etimologia das palavras integrar e entregar.

Aproveitar um discurso, com claque selecionada a dedo, para mandar recado para os Generais, querendo dar demonstração de força quando em realidade é o chefe desses Generais, mais parece uma auto-afirmação de ego e prepotência. Problema de ordem existencial. Freud talvez explique.

O Plano Amazônia Sustentável, como todos os demais planos do governo Lula são muito eficazes no papel e sob os aplausos das claques e holofotes, mas ineficientes na prática.
Como exemplo, temos o Plano de Recuperação Viária, o Plano de Recuperação Energética, o Plano Nacional de Segurança, o Plano Nacional de Saúde, o Plano de Reforma Educacional e tantos outros onde os resultados são nulos se não forem desastrosos.

O governo Lula é muito bom para alardear feitos imaginários e fazer lançamento de pedras fundamentais.
Fosse Lula um estadista sério e com um nível de cultura razoável, apenas daria uma passada pelo extinto Projeto Calha Norte e saberia por que este não vingou. Projeto que não deu certo graças a roubalheira nas prefeituras locais e a falta dos órgãos governamentais essenciais para dar suporte às populações nas áreas de sustentação.
Quanto aos militares, estes cumpriram sua parte do projeto transferindo tropas para as áreas de sustentação e criando núcleos habitacionais que mais tarde deveriam se transformar em cidades fazendo assim a ocupação física das áreas de fronteira.
Esta ocupação se daria de forma semelhante ao que se fez na Região Sul, onde não há mais conflitos com o Uruguai, Paraguai e Argentina e há cidades em que um lado da rua é território brasileiro e do outro não.
Havia muitos índios na região sul e hoje estão completamente integrados à sociedade.
Estrangeiros que vieram para o Brasil até hoje preservam a cultura de seus ancestrais e não foram separados em áreas especiais demarcadas. Além de terem contribuindo muito para a formação cultural desta nação, a nação brasileira e não a nação dos italianos, alemães, poloneses, japoneses, espanhóis, portugueses e tantos outros.

Parece que o presidente Lula é que não tem nenhuma noção do que fala, além de abusar das bravatas e bazófias, quando ao afirmar que os índios defendiam as fronteiras antes da chegada dos militares. Disse também, que os críticos devem procurar informações sobre a sabedoria de especialistas e de gente que vive na região para entender a floresta. Nesse instante fez uma declaração muito consciente ao se rotular um completo analfabeto no conhecimento da Amazônia. O que Lula talvez não entenda, devido a seu limitado conhecimento e compreensão, é que se o governo não lançar mão dos militares vai sim perder parte da Amazônia.

E vai perder por um motivo essencial a qualidade de sobrevivência de algumas nações.

A Amazônia detém a maior e mais completa biodiversidade conhecida, além de 20% de toda água fluvial do planeta que cada vez mais se ressente da falta desse líqüido tão fundamental à vida.

Lula ouve até mesmo Gecinaldo Santaré, mas não ouve seus Generais. Quem é Gecinaldo Santaré? O que o qualifica como líder indígena? Ou seria o grande cacique de alguma tribo que lutou bravamente contra os invasores europeus que cobiçavam as riquezas naturais da Amazônia quando Cabral aqui pôs os pés? A que tribo pertence o senhor Gecinaldo Santaré? Terá Gecinaldo Santaré combatido a ditadura ou será que assim como a Ministra Dilma foi barbaramente torturado?

Esse culto a apologia indigenista que o país vem sendo submetido está virando mais um mito entre os muitos já criados nesse governo.

A senhora Marina da Silva, Ministra do Meio Ambiente, no mesmo dia que o presidente Lula fazia sua avant premier do PAS, em entrevista à Globo News pregava que o Brasil tinha uma dívida muito grande com os índios, que segundo ela, quando Cabral aqui pôs os pés, - usando as palavras do presidente - eram 5 milhões e foram reduzidos a apenas 500 mil. Acho muito interessante as estatísticas que o governo costuma apresentar como dados conclusivos.

Apenas para se ver o grau de engodo que o governo submete à opinião pública com tais divulgações, basta fazermos uma comparação bem simplória. Nos idos de 1500, a população de Lisboa não era maior que 50 mil habitantes. A população de Portugal, girava em torno de 2 a 3 milhões de habitantes, talvez nem isso.

As tribos indígenas existentes no Brasil eram nômades em sua maioria, já que muitas formavam espécies de clãs que se deslocavam em busca de alimentos através da caça e da pesca. Era um costume tribal a luta entre tribos pelo domínio do território, pelos bens e pelas mulheres. Algumas dessas tribos eram tão rudimentares que praticavam a antropofagia. Muitas tinham dialetos diferentes e não se comunicavam entre si vivendo isoladas. Resumindo, por volta de 1500 a maioria dos índios que habitavam este imenso país não passavam de selvagens sem nenhuma estrutura comunitária, portanto é falsa a afirmação feita pela Ministra do Meio Ambiente. Muitas tribos só foram descobertas à algumas décadas, vivendo em completo isolamento da mesma forma que viviam há 500 anos e não passavam de pequenos núcleos.

A senhora Marina da Silva ainda tentou comparar os índios que viviam na Amazônia, aos Astecas, Maias e Incas cujas civilizações em nada se assemelham às tribos indígenas brasileiras. Essas três nações indígenas deixaram monumentos arquitetônicos fabulosos com mais de 10 mil anos de construção. Dominavam a matemática, astronomia e possuíam organização política.

É preciso que um Ministro de Estado antes de fazer qualquer pronunciamento guarde as devidas proporções entre suas comparações e exemplos. Essa demagogia toda em torno do índio brasileiro é uma grande balela, basta ir a Amazônia para ver que grande parte da assistência médica prestada aos índios é feita pelas Forças Armadas que ainda abrigam milhares de índios em suas fileiras tratando-os como cidadãos brasileiros e não como sílvícolas inúteis.

A quem o Sr Lula e seus lacaios querem enganar? E o que há por trás de todas essas Organizações Não Governamentais que atuam na Amazônia?

Este é o esclarecimento que o Sr Lula deve prestar à nação brasileira e não às nações indígenas.