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terça-feira, 6 de maio de 2008

A mídia e o discurso do Cel. Licio

PERGUNTAR NÃO OFENDE
Matéria publicada em 04/05/2008 no site www.averdadesufocada.com
Este artigo foi escrito em junho de 2005

Excelente, comovente, além de inédita, a homenagem aos militares mortos na guerrilha do Araguaia, promovida pelo Deputado Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Há anos esperávamos por um ato de reconhecimento a esses verdadeiros heróis, que deram a vida para livrar o país de uma ditadura comunista. Parabéns, Deputado Bolsonaro. Nossos heróis precisam ser lembrados.

Infelizmente, depois de ler, hoje, dia 25 de junho , no Globo , Agência Estadão e Correio Braziliense as reportagens sobre a Sessão Solene, na Câmara dos Deputados, eu passei o dia com a cabeça cheia de perguntas a que eu não consigo responder e, como perguntar não ofende, aí vão elas:

- Por que é tão estranho para alguns setores da mídia que seja feita uma Sessão Solene, em homenagem aos militares mortos, no cumprimento do dever, em combates com guerrilheiros, que não lutavam para redemocratizar o país , como apregoam e, sim, para implantar uma ditadura nos moldes de Cuba? Será que a mídia não sabe que os líderes desse movimento vinham se preparando, fazendo cursos na China , na União Soviética e em Cuba, muito antes da Contra- Revolução, portanto, em pleno regime democrático ?
- Por que considerar a homenagem provocação aos integrantes de organizações que pegaram em armas, contra irmãos, se, freqüentemente,se homenageia dentro do mesmo Congresso esses subversivos, sequestradores, só porque hoje se encontram no governo?

-Por que considerar provocação, se Lamarca, traidor, assaltante de banco e assassino é frequentemente homenageado? Por que Marighela e João Amazonas, iludindo jovens, os levaram à morte, podem ser homenageados como heróis nacionais e os militares que estavam defendendo a Pátria não? Será porque esses e outros militares, que lutaram contra a guerrilha urbana, evitaram que esses movimentos tomassem vulto e levassem o Brasil a mesma situação da Colômbia, onde as FARC dominam grande parte do país e que, ainda ontem, assassinaram 19 soldados?

-Por que os jornalistas viram no relato do Cel Lício Augusto Maciel Ribeiro frieza se, por várias vezes, ele teve de interrompê-lo, para se refazer e recomeçar ainda com a voz embargada? Por que as lágrimas do Coronel Lício foram ignoradas pela mídia e o seu depoimento considerado teatral?

-Por que a crítica ao combate com a guerrilheira Lúcia Maria de Souza, "Sônia", que foi morta depois de ferir gravemente, no braço e no rosto, o Cel Lício, que imediatamente desmaiou, e no braço o Cel Curió? Será que os militares teriam que deixá-la matar o restante da equipe ?

-Por que noticiar o "assassinato" de três guerrilheiros e não escrever que foram mortos em enfrentamento que realmente aconteceu com a tropa do coronel? Combate é combate e de algum lado ou dos dois, provavelmente, haverá feridos e talvez mortos. Assassinatos, foram os de Albert Boilesen, de Mario Kozel Filho, do marinheiro inglês David Cuthberg, do capitão americano Charles Chandler, do Tenente Alberto Mendes Júnior, do Delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior, do Major alemão Edward Ernest von Westernhagen, do mateiro João Pereira, e muitos outros. Estarei com uma visão errada?

Quando penso no que ouvi na Sessão Solene da Câmara dos Deputados e no que li nos jornais, mais perguntas me vêm a cabeça.

- Por que será que a Mídia omite e deturpa tanto os fatos ?

Denise Madueño-http://www11.estadão.com.br/nacional/noticias/2005/jun/24/236.htm-, em seu artigo, "Bolsonaro comanda sessão de exaltação à tortura", diz que a sessão "mais se assemelhou a um filme de terror", só que omitiu que o filme de terror foi a descrição, emocionada, feita pelo Cel Lício de como os "heróicos guerrilheiros" assassinaram o adolescente João Pereira, filho de Antônio Pereira.

João Pereira, de 17 anos, foi preso pelos guerrilheiros e condenado à morte, pelo famigerado "tribunal vermelho", por ter servido de guia, por insistência de seu pai, aos militares, por uma manhã. A sentença foi executada no quintal de sua casa, na frente de seus pais. Cortaram-lhe primeiro uma orelha, depois outra, depois os dedos, em seguida as mãos. A mãe desmaiou. Finalmente, uma facada acabou com o sofrimento do menino. Não foi essa descrição que llhe pareceu um filme de terror ?

-Por que, então, a jornalista Denise Madueño, não a narrou ? Por que esses atos hediondos não podem vir à tona ? A imagem de "estudantes inocentes", não pode ser maculada?

-Por que também omitiu que o Deputado Elimar Máximo Damasceno , do PRONA -SP, discursou em homenagem aos militares mortos no Araguaia e que ele apresentou o projeto-lei de 2005, propondo a inclusão do nome do soldado Mario Kozel Filho no Livro dos Héróis da Patria?

-Por que considerar revanchismo uma homenagem aos mortos do Araguaia? Não será revanchismo, quase que diariamente, em novelas, noticiários, programas esportivos , em qualquer assunto fazer um "gancho" e criticar o Regime Militar?

E, por fim, por que será que subversivos, guerrilheiros, assassinos, terroristas, sequestradores, assaltantes têm mais espaço e mais crédito em alguns setores da mídia? Porque será que são endeusados como heróis e são tratados diferentemente de bandidos comuns ?
Será que a mídia acredita que esses "estudantes inocentes" estavam lutando pela redemocratização do país? Ou será que alguns setores dessa mídia, formada por professores ideológicamente comprometidos, já estão usando os mesmos métodos de antigamente, "fazendo a cabeça" de nossos jovens, como fizeram a deles?

É muita pergunta, mas eu só queria entender...

Parabéns Coronel Lício Augusto Maciel Ribeiro pela sua coragem.!
Parabéns Deputado Jair Bolsonaro pela sua iniciativa!
Parabéns Deputado Elimar Máximo Damasceno pela sua solidariedade!
Em nome da família desses mortos , nós, brasileiros, agradecemos a comovente e merecida homenagem .
Valentes Deputados Jair Bolsonaro e Elimar Máximo Damasceno, esperamos que, brevemente, outra cerimônia seja programada para lembrar todos os 120 mortos das guerrilhas rural e urbana.


por Maria Joseíta S. Brilhante Ustra
jo.ustra@terra.com.