Por Fabiano Maisonnave, na Folha:
Na primeira reunião do governo venezuelano com sindicalistas após o anúncio da nacionalização da siderúrgica Sidor, de controle acionário argentino e participação minoritária da brasileira Usiminas, o ministro de Indústrias Básicas e Mineração, Rodolfo Sanz, assegurou ontem que a decisão é irreversível e ainda ameaçou desapropriar a empresa caso não haja acordo.
"Venho executar uma ordem do presidente [Hugo Chávez] de assumir o controle da usina. Chávez não voltará atrás dessa decisão", comprometeu-se Sanz diante de 20 membros do Sutiss (sindicato único dos trabalhadores da Sidor), numa sala adornada com um pôster do Che Guevara e um retrato de Simón Bolívar.
"Se eles se põem numa situação delicada, em 24 horas aprovamos a declaração de utilidade pública e em outras 24 horas se estabelece a desapropriação e ocupamos militarmente esta coisa", disse Sanz, após ouvir denúncias de que a empresa está enviando informações sigilosas à Argentina.
"Vamos tirá-los daqui e, se alguns venezuelanos quiserem ir com eles e começarem a sabotar também, os tiraremos daqui a porrada também", completou o ministro, arrancando aplausos.
A Folha foi o único veículo privado a assistir ao encontro, restrito à imprensa estatal.