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domingo, 11 de novembro de 2007

Qualidade dos fundamentos econômicos

100 empresários e, ou executivos das maiores empresas do Brasil foram lamber os ovosde lulla, e nenhum teve coragem de fazer a menor crítica ao momento econômico ou político quevivemos. Portanto vamos fazer uma avaliação empresarial da situação econômica atual. A mídia e a máquina publicitária do desgoverno são mister em difundir que nunca antes no País se teve fundamentos econômicos tão sólidos. Mas vale a pena averiguar a qualidade destes fundamentos, e se compararmos os dados de janeiro ajulho de 2006 e 2007, em termos relativos ao PIB, temos que: O superávit primário cresceu de 3,19 para 3,35, infelizmente não pela diminuição das despesas, jáque estas cresceram 12,87%, passando de 16,25 para 16,75% do PIB. Portanto, o superávit só pode ter sido gerado pelo aumento das receitas, que realmente cresceram13,21%, portanto mais que as despesas, passando de 23,50 para 24,30% do PIB. O pior é que o orçamento de 2008 já prevê a contratação de mais 56.348 novos funcionáriospúblicos, o que inexoravelmente levará a um aumento da tributação, já prevista para alcançar, nomesmo orçamento, 24,90% do PIB. Traçando um paralelo com empresas privadas, esta situação até que estaria satisfatória, sobem osgastos, repassa-se aos preços e aumenta o lucro, mas em se tratando de governo, isto representauma transferência brutal e ineficiente de recursos do setor produtivo para o setor improdutivo. Acresce-se a isto, que pela atual sistemática de cálculo do superávit primário, não se leva emconsideração as receitas ou despesas de juros, que no caso brasileiro, levam a um déficit de 0,94%do PIB. Neste quesito ainda, o governo reduziu a dívida externa em 17,85%, e aumentou a dívida interna em37,20%, o que foge a qualquer racionalidade econômica, levando-se em consideração a correlação dastaxas de juros externa mais barata e interna mais cara, portanto outros fatores devem ter influídonesta decisão… Novamente traçando-se um paralelo com as empresas privadas, é o mesmo que ter um EBITA positivo, eum Resultado antes do IR negativo, ou seja, não se gera caixa, o que a médio ou longo prazo leva aempresa à falência… Já em relação aos investimentos, estes passaram de 16,7 para 17,7% do PIB, predominantementeprivados, e é sabido que para qualquer país crescer de forma sustentável, este índice deve estarpor volta de 25%. Conclui-se, portanto que o governo continua a aumentar as suas despesas, e gasta cada vez pior. Utilizando a frase de Marcos Cintra: para poder favorecer os opulentos, o governo compensa osdespossuídos à custa dos pagadores de impostos. Ou seja, se o país cresce, é por causa da conjuntura internacional favorável, e apesar do governoe não por causa do desgoverno. A par disto, temos ainda os famosos apagões: O primeiro deles, o apagão da saúde, aonde o Brasil ocupa o 128. lugar, entre 191 países, e naAmérica Latina e Caribe, o 28. lugar entre 33 países, sendo que os gastos governamentais com saúdecaíram na última década. Este apagão com certeza não implica em gastos adicionais às empresas dos baba ovo do lulla, porestas já oferecerem assistência médica particular aos seus colaboradores. Já o apagão da segurança, representado pelos 55.000 homicídios anuais, o que representa mais doque as mortes em todas as guerras hoje em curso no mundo, apesar de não estarmos em guerra…implica em custos adicionais para as empresas, quer seja em segurança propriamente dita, como emseguros mais elevados. A par disto, este apagão desestimula a vinda de mão-de-obra qualificada,bem como estimula a saída desta. O apagão da infra-estrutura se divide em energético e logístico. No campo energético, já estamos sentido os efeitos de lulla ter baixado as calças para evo naquestão do gás, e no campo hidrelétrico, em razão da falta de investimentos, se tivermos sorte echover bastante faltará energia em 2011, senão já teremos falta em 2009 ou 2010. Este apagão inibe investimentos futuros, bem como força as empresas a buscarem fontes alternativasde geração de energia, aumentando os seus custos. Em relação ao apagão logístico, é preciso ter em mente que os custos de logística nos EUArepresentam 8% e no Brasil 12% do PIB, o que significa US$ 40 bilhões ano de custos adicionais. Em recente estudo foi calculado que para o Brasil se equiparar em termos logísticos à média dos 20países mais desenvolvidos, teria que investir ½ PIB brasileiro… Os apagões anteriores, representam aumento de custos e diminuição de competitividade das empresasbrasileiras, já os apagões a seguir, podem além disto, comprometer a sustentabilidade das empresasbrasileiras no longo prazo. O apagão educacional fez com que segundo estudo da OIT, a produtividade média do trabalhadorbrasileiro caísse de US$ 15,1 mil em 1980 para US$ 14,7 mil em 2005, implicando em aumento decustos pela menor produtividade, bem como necessidade adicional de investimentos em qualificação. E por fim o que se pode esperar do apagão ético, em que 1 assessor de ministro, 4 deputados, 1assessor de deputado, 1 diretor de banco federal e 4 dirigentes do partido político do presidenteda república são indiciados criminalmente, e o beócio ainda diz que o partido tem a obrigação dedefendê-los… Além do aumento dos custos com controles internos, que exemplo esta sendo dado, quando sabemos queo exemplo vem de cima, e qual o estímulo que os trabalhadores podem ter para ter uma conduta éticapara com as suas empresas, a partir do momento que eles calcularem que o seu salário vitalício nãochega aos pés dos valores diariamente divulgados nos escândalos de corrupção em que ninguém épunido? Portanto questiona-se, o que os baba ovo foram fazer em Brasília???

Ingo Schmidt
www.tribunanacional.com.br