Vejam o que a mídia escreveu sobre o assunto
Ternuma Regional Brasília
Por Aluisio Madruga de Moura e Souza
Terminamos o artigo anterior sobre o assunto informando que a seguir iríamos transcrever pequenos trechos de manchetes dos principais jornais da época, para que o leitor pudesse chegar a sua conclusão sobre o tema.
Os comunistas assassinaram militares seus companheiros de farda de maneira covarde ou não?
O certo é que até hoje insistem em negar. Que o leitor tire as suas conclusões.
Vejamos então o que escreveram alguns jornais:
“Tropas se sublevaram no Norte”
“Natal em poder dos amotinados, tendo o governador do Rio Grande do Norte abandonado a capital”.
“Combates sangrentos em bairros do Recife. Afogados é o centro dos amotinados”.
“Foi decretado o estado de sítio em todo o País. No Rio e nesta capital as tropas estão de prontidão”.
“O movimento devia explodir em cinco pontos diferentes. Colunnas de civis combatem os extremistas”.(Esclarecimentos do autor: estes últimos fatos ocorreram no Rio Grande do Norte, onde os civis situacionistas retomaram a cidade de Panellas, fazendo mais de 90 presos.)
(Correio Paulistano, 26 de novembro de 1935).
“Dominados os levantes do 3º RI e da Escola de Aviação. O Movimento sedicioso do Nordeste tende a ser debellado de um instante para outro. As primeiras notícias do Movimento. Os rebeldes roubaram 3 mil contos da Agência do Banco do Brasil”.
“Os amotinados da Escola de Aviação renderam-se sob a pressão de cargas de baionetas. Commentários da imprensa Allemã sobre os acontecimentos em nosso País”.
(Correio Paulistano, 28 de novembro de 1935).
No que diz respeito aos comentários constantes da edição de Correio Paulistano, acima citado, destaco os seguintes trechos:
“ o atual movimento sedicioso no Brasil é qualificado como uma das conseqüências da agitação systemática do Komintern russo”.
“ o jornal (Correspondência Nacional Socialista) tratando dos movimentos communistas na América do Sul, publica: na América do Sul há terreno favorável ao desencadeamento de uma guerra civil de grande envergadura. É pela primeira vez que se verifica um effeito prático dos processos bolchevistas, principalmente na propaganda do credo de Moscou entre os militares”.
“Doze horas de Nutrido Fogo. Prisão dos rebeldes. Os feridos. Fuga e delação dos chefes do Movimento da Escola de Aviação. O capitão Agildo Barata na detenção. Destino dos prisioneiros. O estado de saúde do coronel Affonso Ferreira. A Central do Brasil está exigindo salvo-conducto. Outras notas: os Correios e Telegraphos homenageiam os mortos da revolução. 21 mortos e 63 feridos, só no Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro”
( Correio Paulistano, 29 de novembro de 1935)
“Violentas explosões num depósito clandestino de munição de guerra. O bairro do Grajahú em pânico.”
(Correio Paulistano, 24 de dezembro de 1935).
“ Foi assinado decreto prorrogando o Estado de Sítio. Eram de fabricação recente as bombas encontradas em virtude da explosão no bairro do Grajahú”.
(Correio Paulistano de 25 de dezembro de 19350)
“ Os explosivos encontrados no Grajahú , destinavam-se a ataques contra Unidades Militares do Rio. As importantes declarações de Franco Romero sobre os planos terroristas”.
(Correio Paulistano de 27 de dezembro de 1935).
“ Irrompe em Natal e Recife um movimento extremista. Cem mortos entre os revoltosos de Recife”.
(Correio da Manhã de 26 de novembro de 1935)
“ Um tópico sobre Luiz Carlos Prestes. O Correio da Manhã escreve em tópico de hoje: o capitão Agildo Barata, logo depois de sua rendição, mostrou a um nosso redactor uma ordem de sublevação assignada por Luiz Carlos Prestes. Esta mesma ordem possivelmente foi recebida pelos que se revoltaram na Escola de Aviação e quem sabe quantos mais. A cidade e todo o Brasil estão hoje consternados com o que viu. Sangue de bravos brasileiros, derramado criminosamente em virtude de um simples bilhete.”
(Correio da Manhã de 30 de novembro de 1935).
No prosseguimento publicaremos o INTENTONA COMUNISTA III, quando abordaremos, transcrito do Correio da Manhã de 6 de dezembro de 1935, o Relatório de Dimitroff, apresentado no VII Congresso Mundial do Komintern. Dimitroff era dirigente búlgaro da Internacional Comunista, homenageado por Luiz Carlos Prestes em nome das delegações sul-americanas.
Aluisio Madruga, autor dos livros:
Guerrilha do Araguaia Revanchismo – A Grande Verdade e
Documentário – Desfazendo Mitos da Luta Armada