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sábado, 8 de setembro de 2007

RÉQUIEM PARA UMA DATA CÍVICA OU, INFELIZMENTE, “A VACA FOI PRO BREJO”



Produzido por Ternuma Regional Brasília
Pelo Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Não contente em desmoralizar as Forças Armadas, o desgoverno petista assume descaradamente a programação da Data Cívica Nacional do Dia Sete de Setembro, sempre organizada com correção, sem qualquer conotação política pelos militares, para transformá– la em evento, que a cada ano será transmutado em palco de cunho socialista.
Preparem- se para acompanhar, no futuro, a movimentação de ônibus e mais ônibus, vindos de todas as partes, lotados de simpatizantes, que ovacionarão o chefe do desgoverno e, eventualmente, poderão até vaiar o desfile (os militares).
Que ninguém se iluda: por detrás deste inusitado interesse esconde–se uma verdadeira hidra coroada com as mais nefandas intenções.
A desmoralização corre solta diante dos nossos olhos. Ninguém pode negar.
O desgoverno mata à míngua de recursos, as Instituições Militares, mantém os militares com escassos soldos, bem abaixo da imensa maioria de assemelhados, inserindo na consciência do público interno a certeza do descaso, além da descrença na capacidade de seus chefes em reivindicar as aspirações das Forças Singulares e as suas, com o necessário vigor.
Leio que, tal como um salvador da Pátria, a chegada do Jobim carreou para as Instituições Militares alguns recursos. Mas, observem que eles sempre foram necessários. No entanto, eram negados? Não eram liberados por engenho e arte da equipe econômica? As demais Organizações Militares, como a Aeronáutica, no caso de equipamentos para o controle do trafego aéreo, reivindicavam absurdos ou supérfluos?
Portanto, os recursos foram liberados para o Jobim ou por causa dele. Assim sendo, nada mais justo do que prestigiá - lo com fervor, cobrindo-o com mimos e afagos em cada Unidade Militar que ele visite. Repito, nenhuma homenagem estará à altura desse novo prócer “militar”(?).
Por isso, preparem o cerimonial de salamaleques. Creio que a embaixada britânica, pela sua vasta experiência no trato com a realeza, poderá ser extremamente útil no ensinamento de meneios e mesuras de alto impacto.
Para piorar, entendo que seria ingênuo imaginarmos que o espaçoso, saliente e arrogante ministro da defesa não tenha conhecimento das reações ostensivas dos militares, em particular da reserva, ao conspurcar, sem pejo, a honrada farda do Exército Brasileiro, que enche de orgulho àqueles que a ostentam. E, em especial, guindado, com o beneplácito dos comandantes militares, ao posto de General de Exército.
Ao vê–lo fardado no Haiti, confesso que fui dominado por uma triste constatação – é inegável, ele riu por último. Deliberadamente, travestiu-se de general, tripudiando sobre qualquer reação.
O que diria o saudoso Gen. José Moretzsohn, que do alto de sua proverbial vibração, escreveu algo como "ao militar, a farda era tão importante, que se tornava uma segunda pele", parafraseando trecho de belíssima e consagrada citação do ilustre Gen. Octávio Costa. A minha pele, infelizmente, está coçando.
Brasília, DF, 07 de setembro de 2007
Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira