Surpreendentemente, o País caminha célere para um regime populista e socialista, cujo processo difere daqueles que estão ocorrendo na Venezuela e na Bolívia. Aqui, vem sendo conduzido de forma mais inteligente, seguindo a teoria e a prática gramscistas, utilizando-se sutilmente da democracia para, em nome dela, fazê-la sucumbir. Chegou-se a acreditar que, no período pré-eleitoral, recentemente ocorrido, segmentos esclarecidos da sociedade se tornassem ativos e resistentes, principalmente incentivados pela postura de grande parte da Imprensa, que esboçou certa reação à reeleição de Lula, apontando-o como negligente frente à corrupção generalizada em seu governo, envolvendo auxiliares diretos, e o condenou ao buscar, irresponsavelmente, a qualquer preço, os votos das massas carentes, antagonizando-as com as demais classes, inclusive, incitando-as às ruas para, até mesmo por meio da intimidação, manter-se no poder. Não restam dúvidas de que ações como o programa "bolsa família", ao qual se incorporam diversos tipos de assistencialismos, são poderosas armas de conquista de mentes, corações e votos, difíceis de serem combatidas, mesmo que utilizadas com condenável objetivo político, pois, têm forte sentido humanitário. Assim, as classes pobres e miseráveis, desconsideradas por longo tempo por elites políticas insensíveis e, sobretudo, fisiológicas e corruptas, estão se tornando sujeito ativo, devidamente organizadas em associações e movimentos sociais, os mais diversos. O radical MST, organizado e atuante, hoje não somente no meio rural, com milhares de militantes, age ao arrepio da lei, usando de ações violentas, tendo o beneplácito de autoridades governamentais, cientes da impunidade propiciada pela omissão do Judiciário, mais preocupado na manutenção e incremento de suas benesses, e da aparente alienação das Forcas Armadas. Um de seus dirigentes, Bruno Maranhão, depois de comandar violenta invasão do Congresso, foi convidado VIP para a posse de Lula. Tais associações e movimentos contestam autoridades e tradicionais lideranças e desenvolvem a convicção e o consenso de que alcançarão o poder popular em novo tipo de sociedade, já em gestação : a sociedade socialista, isto é, comunista. Em seus centros de treinamento, incutem em seus alunos idéias comunistas, pregam a luta de classes e a tomada do poder pela luta armada, cultuam heróis como Guevara e em suas solenidades cantam a Internacional Socialista, como também ocorreu no ultimo congresso do PT. Durante todos esses anos, parte da intelectualidade e da elite política do País, que dizem cinicamente prezar a democracia e a liberdade, mostram-se coniventes com os rumos atuais trilhados pelo País, procurando manter posições e privilégios. Assim, colaboram decididamente para a " transição pacífica para o socialismo" : a Historia é reescrita, "mudanças" culturais se dão de forma acelerada, o Legislativo e o Judiciário estão cada vez mais submissos, tenta-se domesticar a Imprensa, implanta-se o senso comum modificado e instala-se o "politicamente correto". Possíveis resistências são neutralizadas, inclusa a das Forças Armadas, estas com escassos recursos, sucateadas, mudas, originando a percepção de estarem omissas e afastadas da defesa dos interesses e das grandes decisões nacionais, por isso mesmo vistas, já, por parte da população, como tendo chefias cooptadas politicamente e incapazes de oferecer qualquer reação. Para isso tem colaborado a posição de alguns dos chefes militares que, em determinadas situações de conflito, fogem do confronto necessário, abrem mão dos interesses da Instituição Militar e dos seus integrantes, negando a verdadeira História, lesando as mais puras e caras tradições e ferindo de morte a imagem da Instituição Militar. Isso tudo em nome de inexistente e impossível reconciliação com ressentidos e revanchistas ideológicos. Reconciliação falsa, pois, as FA jamais estiveram apartadas da verdadeira sociedade brasileira. Acirrando o que vem acontecendo ao longo de vários anos, o Cel Ustra foi, recentemente, acionado judicialmente, acusado de torturas, por ex-revolucionários comunistas, presos, nos anos 60/70, por ações criminosas, atingindo pessoas e o próprio Estado. Semana passada, o governo, através do Secretário Nacional de Direitos Humanos, também militante da subversão em 64, traduzindo total desapreço pela Forcas Armadas, ignorando a Lei de Anistia e a dita e pretensa reconciliação, apoiando ato de explícito revanchismo, com total indiferença e mudez dos chefes militares, absurdo inadmissível, abrindo o caminho para outras ações, defendeu que os militares, que cumpriram dever legal de combate à subversão e ao terrorismo, evitando a instalação de ditadura comunista no País, sejam responsabilizados e julgados. O Secretário, com status de Ministro, afirmou : " Isso pode mudar no Brasil. Se a imprensa adotar posição editorial nesse sentido e publicar essas posições e as universidades e os movimentos de direitos humanos também atuarem, terão o apoio das autoridades como eu e de partidoscomo o PT e o PSDB." "E uma questão que não pode ter trégua e não se pode virar a página." Esqueceu-se o Secretário que os criminosos foram e são eles e não os militares que, com o risco da própria vida e cumprindo ordens legais, combateram violentos e fanáticos comunistas. Esta semana, os jornais noticiaram que, com o dinheiro do BNDES, 2 milhões ( enquanto isso, falta dinheiro nos hospitais militares ), isto é, com o dinheiro do contribuinte, vão erguer um memorial à guerrilha comunista do Araguaia. O que pensam os chefes militares sobre tudo isso? Esperamos que não estejam surdos, cegos e mudos como, aparentemente, salvo melhor juizo, se mostram !!!!!!
Marcos Felicio 4/03/07