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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

A Praga Socialista


Por Márcio C. Coimbra*
marciocoimbra@gmail.com

“Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos”
Karl Popper


O socialismo é um câncer que aos poucos vai matando o indivíduo. A cada dia que passa está mais evidente o dilaceramento dos valores, a inversão de conceitos, a submissão do homem. Precisamos ficar atentos, estamos perdendo nossa liberdade. As idéias socialistas travestidas de ações politicamente corretas serão responsáveis pela servidão. E onde alguém serve, outro está sendo servido. O socialismo virou religião, e contra ele não mais valem os argumentos racionais.

A esquerda se apropriou sem escrúpulos de valores defendidos por outras ideologias, como a liberdade, quando na realidade os fatos falam por si. Não existe ideologia que lute mais contra a liberdade e a democracia do que o socialismo. A estratégia é outra, o objetivo é o mesmo. O socialista moderno aperfeiçoou-se, conheceu novas técnicas e aprendeu com derrotas. Essa versão moderna visa minar a credibilidade das instituições, corrompendo-as. Acabam com a dignidade, buscando a servidão por meio de esmolas governamentais.

As massas se deixam manipular por líderes populistas. Pessoas carentes, supostamente altruístas, que pensam fazer o bem. Pessoas com necessidade de acreditar em algo. Inocentes úteis, cooptados por causas utópicas, em ditos movimentos sociais ou ONG’s. Defendem protecionismos que geram miséria. Protestam contra a globalização pedindo a inserção de países pobres no contexto global. Suas teorias carecem de nexo, de conteúdo, de racionalidade. A ditadura do pensamento único, do politicamente correto se alastra como um vírus pelas sociedades, por meio de uma espécie de lavagem cerebral, beirando a lobotomia. Quando as pessoas param de pensar e começam a repetir, sabemos que já caíram em servidão.

Deixamos de pensar no potencial, nos desejos e aptidões do indivíduo, para pensar em uma suposta idéia de coletividade, que na realidade não existe. O bem comum nada mais é do que a soma de todos os bens individuais. A ausência de racionalidade em acreditar em um suposto bem coletivo, denota ingenuidade, uma vez que as pessoas possuem desejos e vontades diferentes. Não existe bem comum maior do que o reconhecimento ao valor do homem, como indivíduo. A sociedade nada mais é o que soma de individualidades.

O socialismo, para vencer, precisa derrotar o indivíduo, impor o coletivo. Como crença, é mais fácil de ser vendido, pois não exige racionalização. Na política, que se vende por meio do altruísmo, é de fácil aceitação. Vendem liberdade, entregam submissão.

No poder, atacam as instituições, alteram definições, usurpam conceitos, impõe uma nova moral. Usam a pluralidade da democracia para destruí-la, modificam os pilares do Estado de Direito em benefício próprio, sob o beneplácito de uma população servil, que acaba de entregar a sua liberdade em troca de migalhas e do orgulho de serem altruístas. Entregam ao Estado sua dignidade e seu destino. Servos do socialismo.

Há tempos o brasileiro assinou o seu contrato de submissão. Na política não há mais oposição. As instituições estão sendo destruídas pela corrupção. Existe a vigência do pensamento único. Os virtuosos estão sendo atacados. As opiniões são cerceadas. O valor do indivíduo é desprezado. O coletivismo é enaltecido. A economia é altamente regulada e taxada. Os grandes empresários cooptados pelo Estado. Os pequenos e médios massacrados pelos impostos. A classe média desaparecendo. As potencialidades suprimidas. Concursos públicos se multiplicam. A economia depende do Estado. O socialismo, cada vez mais infiltrado na sociedade, começa a manifestar os primeiros resultados.

Onde ainda prevalece a liberdade existem melhores condições de vida, pleno emprego, muitos empreendedores, desenvolvimento e poucos impostos. Se um outro mundo é possível, tenho certeza que é aquele da liberdade, da prevalência da razão e do respeito ao indivíduo. Fora deste círculo está evidente que somente existe servidão. Por enquanto, seguimos a receita dos países mais pobres, condenados a servir os políticos que se locupletam com impostos gerados por nosso trabalho. Triste é perceber que há muito altruísmo para notar isto. A praga do socialismo continua responsável pela miséria e pela servidão.
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Artigo redigido em 09.02.2007
Em Madri, Espanha.

* Márcio Chalegre Coimbra. Analista político. Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. PIL pela Harvard Law School. MBA em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. Mestrando em Ação Política pela Universidad Francisco de Vitória e Universidad Rey Juan Carlos, em pesquisa para Fundación FAES (Partido Popular), em Madri, Espanha.

Membro da The Mont Pèlerin Society. Conselheiro do Instituto Liberdade. Membro do Conselho Consultivo do Instituto Federalista. Sócio do IEE - Instituto de Estudos Empresariais.
É editor –chefe do site Parlata (www.parlata.com.br).

Possui artigos e entrevistas publicadas em diversos sites nacionais e estrangeiros (www.urgente24.tv e www.hacer.org) e jornais brasileiros como Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Zero Hora, Jornal de Brasília, Correio Braziliense, O Estado do Maranhão, Diário Catarinense, Gazeta do Paraná, O Tempo (MG), Hoje em Dia, Jornal do Tocantins, Correio da Paraíba e A Gazeta do Acre. É autor do livro “A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos brasileiro e norte-americano”, Ed. Síntese - IOB Thomson (www.sintese.com).