Data: 10/09/2006
Tasso pede cadeia para suspeitos em novo escândalo
Irregularidade em distribuição de cartilha pode ser caso de impeachment, alerta
Brasília (10 de setembro) - Cadeia. Foi o que pediu o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), para os envolvidos no mais novo escândalo de desvio de recursos públicos patrocinado pelo governo Lula e pelo Partido dos Trabalhadores. Reportagem da revista Veja deste fim de semana revela tentativa de acobertar parecer do ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União. O relatório aponta falta de comprovação em gastos de R$ 11 milhões da Secretaria de Comunicação do Governo (Secom) em 2005, então administrada por Luiz Gushiken e subordinada à Presidência da República, além de irregularidades na distribuição e confecção de dois milhões de cartilhas contendo propaganda da gestão petista e ataques ao governo FHC.IMPEACHMENTO processo corre desde 2005. O TCU não havia conseguido comprovar que cerca de dois milhões de exemplares da cartilha tinham sido de fato produzidos. Diante da suspeita de desvio de recursos, a Secom apresentou a versão de que as agências de publicidade responsáveis pela publicação haviam entregado os exemplares diretamente aos diretórios municipais do PT e não a um órgão público como exige a Lei. Aguiar viu uma "inadmissível confusão entre os interesses do governo e os de um partido político", no caso o PT de Lula. "Se mais esta irregularidade ficar comprovada, é caso de impeachment", defendeu Tasso.Segundo o tucano, ou os envolvidos vão para a cadeia, ou se instalará no Brasil um quadro de desordem total. "Quando a gente pensa que acabou, esse governo volta a surpreender. Agora foram R$ 11 milhões que sumiram em uma publicação fajuta. É absolutamente horripilante", lamentou o parlamentar cearense. Tasso chegou a defender uma investigação do próprio Senado Federal sobre o caso independentemente das eleições. No seu parecer, Aguiar pede um processo de tomada de contas especial para apurar a responsabilidade do ex-ministro Luiz Gushiken e das empresas Duda Mendoça e Associados e Matisse. A primeira leva o nome do publicitário que confessou caixa dois para a campanha do presidente. A segunda é do publicitário Paulo de Tarso, amigo de longa data do presidente que fez as campanhas de 1989 e 1994. O voto de Aguiar ainda não foi analisado pelo Plenário do TCU em virtude de um pedido de vistas de outro ministro, Marcos Vilaça. Segundo Veja, Vilaça estaria manobrando para impedir a publicidade sobre o caso e atrasar o andamento do processo.